Pentágono acredita que Rússia treinou rebeldes no uso de mísseis

  • Por Agencia EFE
  • 18/07/2014 16h24

Washington, 18 jul (EFE).- O Pentágono afirmou nesta sexta-feira que a Rússia treinou os rebeldes pró-russos no uso de armamento sofisticado, como mísseis antiaéreos, e que é difícil crer que, se os separatistas derrubaram o avião de Malaysia Airlines, o tenham feito sem algum tipo de apoio russo.

“Temos provas muito sólidas de que o avião (da Malaysia Airlines) foi derrubado por um míssil SA-11, disparado a partir de uma posição controlada por separatistas pró-russos, provavelmente do lado ucraniano da fronteira”, afirmou hoje em entrevista coletiva o porta-voz de Pentágono, o contra-almirante John Kirby.

O porta-voz militar não quis especular, enquanto a investigação internacional estiver em andamento, quem foi o responsável direto de lançar o míssil que derrubou o avião do voo MH17 com 298 pessoas a bordo quando ele atravessava o espaço aéreo da região separatista ucraniana de Donetsk.

“Não sabemos que unidade, se foi russa ou separatista; não podemos dizer se houve ajuda do outro lado da fronteira, por esta razão há uma investigação em andamento”, justificou.

No entanto, Kirby disse que “não há dúvida de que os separatistas receberam treinamento no uso de sistemas antiaéreos móveis”, como antecipou em 30 de junho em entrevista coletiva o comandante supremo da Otan, o general americano Philip Breedlove.

O porta-voz lembrou que os sistemas de mísseis terra-ar SA-11 são “muito sofisticados e é difícil de acreditar que possam ser utilizados por separatistas sem algum tipo de treinamento ou apoio da Rússia”.

Os Estados Unidos consideram que o avião da Malaysia Airlines, que cobria a rota Amsterdã-Kuala Lumpur, foi derrubado por um míssil do sistema antiaéreo SA-11 ou BUK, um sofisticado conjunto móvel de radar e plataformas de lançamento desenvolvido pela Rússia.

Kirby não quis confirmar se esse tipo de armamento cruzou a fronteira russa rumo à Ucrânia, mas lembrou que “a Rússia continuou a fornecer armamento pesado aos separatistas. Vimos sistemas armamentícios cruzando a fronteira”.

“Houve uma campanha (russa) constante e organizada para apoiar, assessorar e enviar equipamento militar” às áreas rebeldes do leste da Ucrânia, explicou Kirby.

Os Estados Unidos acreditam que a Rússia reuniu um grande contingente de 12 mil tropas, com unidades blindadas, artilharia e armamento avançado na fronteira com a Ucrânia. EFE

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