Peritos contratados afirmam que Nisman estava ajoelhado quando recebeu tiro

  • Por Agencia EFE
  • 12/03/2015 12h51

Buenos Aires, 12 mar (EFE). – O fiscal argentino Alberto Nisman estava ajoelhado quando recebeu o tiro que lhe matou, conforme as conclusões dos peritos contratados por sua ex-mulher, revelou nesta quinta-feira o jornal “La Nación”.

A partir de fotografias, vídeos e visitas à casa de Nisman, onde ele foi encontrado morto em 18 de janeiro, os especialistas deduziram que Nisman estava em frente à banheira e “provavelmente” tinha “um atacante situado por trás”, conclusões que contradizem as da perícia oficial e foram questionadas hoje pelo governo.

O grupo especializado escolhido por Sandra Arroyo Salgado assegurou ter descoberto manchas “lavadas” na torneira e na pia do banheiro do promotor. Além disso, sustenta que a ausência de restos de pólvora na mão direita de Nisman se deve ao fato de algo ter tapado, como um “objeto ou uma mão”.

Estas conclusões diferem das da autópsia oficial, que rejeitaram a participação de terceiras pessoas na morte do promotor. Em entrevista coletiva na semana passada, a ex-mulher garantiu que Nisman não se matou.

A fiscal a cargo da investigação, Viviana Fein, convocou os peritos da parte querelante e avalia solicitar uma Junta Médica depois de interrogá-los. No entanto, o chefe de gabinete argentino, Aníbal Fernández, declarou hoje à imprensa que a causa que investiga a morte de Nisman “se encontra em um juizado de instrução, com as perícias feitas por membros do corpo médico legista que depende de a Corte Suprema e de acordo com os protocolos vigentes” e assegurou que “os demais são relatórios de peritos contratados”.

De acordo com ele, a denúncia “não apresenta peritagens, mas relatórios” que “podem expressar o que ocorreu, mas que não necessariamente têm que ser levados em conta na causa porque não foram feitos conforme aos protocolos”.

Nisman, que averiguava o atentado, de 1994, em Buenos Aires contra a associação judia Amia, morreu em circunstâncias ainda não esclarecidas quatro dias após denunciar à presidente argentina, Cristina Kirchner, a chanceler, Héctor Timerman, e vários de seus colaboradores, por encobrimento dos terroristas suspeitos do ato, que deixou 85 mortos, em troca de intensificar as relações comerciais com o Irã. EFE

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