Peronismo aquece os motores para disputada corrida presidencial de 2015

  • Por Agencia EFE
  • 09/05/2014 16h51
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Mar Marín.

Buenos Aires, 9 mai (EFE).- O Partido Justicialista (PJ), a principal força política argentina, renovou nesta sexta-feira sua cúpula com a intenção de tentar superar as divisões internas e chegar com força à corrida eleitoral das presidenciais de 2015.

Cerca de mil dirigentes do peronismo argentino participaram do congresso nacional que aconteceu em Buenos Aires e que elegeu o governador da província de Jujuy, Eduardo Fellner, como novo presidente justicialista, e colocou nas vice-presidências alguns dos candidatos com mais possibilidades de concorrer pela presidência do país.

Nomes como os dos ministros de Interior, Florencio Randazzo, e da Defesa, Agustín Rossi; e os governadores Daniel Scioli (Buenos Aires), Sergio Uribarri (Entre Ríos), e Juan Manuel Urtubey (Salta); além do chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, e do deputado Eduardo “Wado” de Pedro, de La Cámpora, a juventude peronista impulsionada por Máximo Kirchner, filho da presidente, Cristina Kirchner.

Com a convocação de hoje, o partido alcançou uma normalização institucional, uma vez que o congresso não se reunia desde 2008 e a atual direção, liderada por Scioli como sucessor do falecido ex-presidente Néstor Kirchner, tinha os mandatos vencidos e corria risco de perder a personalidade jurídica.

Fontes do justicialismo consultadas pela Agência Efe concordaram que a designação de Fellner constitui mais um passo na preparação do peronismo para a complicada batalha presidencial que se aproxima.

“Fellner é bem-visto pela maioria do partido, é governador e não tem aspirações presidenciais, é um bom candidato de consenso”, declararam as mesmas fontes.

Um homem de “perfil discreto” que, destacaram, tomará distância da disputa que já começou no seio do peronismo pela designação do candidato a presidente.

Logo após ser eleito, Fellner pediu “apoio ao governo de Cristina Kirchner e para preparar o peronismo para seguir governando a partir de 2015”, além de ter criticado a oposição, à qual qualificou como “uma mistura de vontades que espera aproveitar uma oportunidade”.

O justicialismo “volta a colocar-se de pé para acompanhar a presidente”, exclamou o novo presidente do PJ. “Estamos aqui para dizer a nosso país que queremos seguir governando depois do 2015”, acrescentou.

Antes do início do congresso, o chefe de Gabinete definiu a convocação como “ampla e plural” para ter um partido “aberto” e “dinâmico com protagonismo”.

Capitanich ressaltou a força do governista Frente para a Vitória (Fpv) sob a “liderança clara” da presidente, Cristina Kirchner, dentro do peronismo.

Em relação ao panorama eleitoral que se desenha para o próximo ano, sustentou que a Frente Renovadora, emoldurada no peronismo dissidente, tem uma “base territorial limitada”, da mesma forma que a conservadora Proposta Republicana (PRO), enquanto a coalizão de centro-esquerda Frente Ampla-UNEM tem um “problema de liderança política”, “precária base territorial” e “inconsistência em seu projeto político”.

“Entendemos que a concorrência eleitoral tem a ver com um partido político organizado lembrando sempre que o peronismo é um movimento nacional, popular, profundamente humanista, profundamente cristão e que, por sua vez, entendemos que o partido é uma ferramenta eleitoral”, concluiu Capitanich.

O congresso de hoje constitui o tiro de largada para a corrida eleitoral, que se apresenta muito disputada, inclusive dentro do peronismo, com aspirantes adiantados, como o governador Scioli, e outros que esperam um movimento de Cristina, que, na reta final de seu segundo mandato, não pode tentar outra reeleição.

Nem sequer há consenso ainda entre os analistas sobre se o candidato do PJ, o peronismo tradicional, será também o do kirchnerismo, embora o novo presidente do justicialismo tenha deixado claro hoje que, em qualquer caso, as candidaturas serão decididas em eleições primárias.

“Hoje é o princípio de uma etapa, na Argentina começa a verdadeira mudança”, resumiu Scioli, que também está chegando ao final de seu mandato como governador de Buenos Aires. EFE

mar/rsd

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