Pilota ucraniana suspende greve de fome em prisão russa depois de 84 dias

  • Por Agencia EFE
  • 06/03/2015 15h09

Moscou, 6 mar (EFE).- Nadiya Savchenko, a pilota ucraniana presa na Rússia acusada de envolvimento no assassinato de dois jornalistas russos em seu país, anunciou nesta sexta-feira a decisão de encerrar a greve de fome que começou há 84 dias.

“Para sair de uma longa greve de fome é preciso ingerir sucos dissolvidos em água e papas de frutas e verduras”, explicou Nadiya em mensagem postada por seus advogados no Twitter.

Eles pediram ao Serviço Penitenciário Federal russo e aos médicos que preparem “uma dieta equilibrada” que ela possa comer “sem risco para a vida”. Nadiya deu ontem seu sinal verde por escrito para receber caldo de frango e, assim, sair gradativamente da greve de fome, mas após consultar médicos ucranianos mudou de opinião.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, pediu esta semana a libertação imediata da soldado por conta de seu estado de saúde frágil, já que perdeu mais de 20 quilos desde dezembro.

Conforme informou o Kremlin, o presidente russo, Vladimir Putin, respondeu hoje à carta enviada por seu colega ucraniano, Petro Poroshenko, na qual pedia a “imediata libertação” de Nadiya, “entre outras coisas, por motivos médicos”.

O porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, que se negou a revelar a resposta de Putin, lembrou: “Savchenko é suspeita de participar da trágica morte de nossos jornalistas”.

Poroshenko já debateu este caso durante a cúpula realizada em meados de fevereiro em Minsk com Putin e os líderes da Alemanha, Angela Merkel, e da França, François Hollande, na qual foi acertado um plano de paz para o leste ucraniano, onde em abril de 2014 começou uma sublevação pró-russa.

Nadiya, de 33 anos e declarada esta semana herói nacional pela Ucrânia, enfrentará 20 anos de prisão se for condenada. A Justiça russa diz que a pilota comunicou ao exército ucraniano a posição dos jornalistas, que morreram atingidos por morteiros.

Nas eleições de outubro do ano passado, já presa na Rússia, a militar foi escolhida deputada da Rada Suprema (parlamento ucraniano) pelo partido Batkivshchyna (Pátria), o mesmo da ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko. EFE

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