Pilotos da Lufthansa mantêm greve e estendem paralisação até sexta-feira

Berlim, 19 mar (EFE).- A greve dos pilotos da Lufthansa, que obrigou à companhia alemã a cancelar 750 voos ontem, afeta nesta quinta-feira os trajetos de longa distância e se prolongará amanhã nos percursos de curta e média distância, segundo informou o sindicato Vereinigung Cockpit (VC).

A companhia antecipou para hoje o cancelamento de 43 dos 85 voos intercontinentais planejados e não prevê anulações na Lufthansa Cargo, sua filial de transporte de mercadorias, que em princípio também está afetada pela greve.

Os voos das filiais de baixo custo da principal companhia aérea alemã, Germanwings e Eurowings, não estão incluídos nas interrupções.

Em um primeiro momento o sindicato de pilotos restringiu sua convocação de greve para quarta-feira, mas pouco antes de seu início decidiu ampliá-la para hoje e ontem à tarde estendeu a paralisação para amanhã.

A companhia se viu obrigada a suspender ontem 750 voos de curta e média distância e cerca de 80.000 passageiros se viram afetados pelos cancelamentos e atrasos.

Trata-se da 12ª convocação de greve organizada pelo VC em um ano, perante a falta de acordo em torno da reforma do atual sistema de aposentadorias antecipadas do qual se beneficiam os cerca de 5.400 pilotos da companhia aérea.

A Lufthansa queria originalmente aumentar a idade mínima de pré-aposentadoria, situada neste momento em 55 anos, e, embora tenha abandonado seu plano inicial, mantém seu objetivo de aumentar a idade média de aposentadoria de 58 para 61 anos.

Ao anunciar a extensão das interrupções para sexta-feira, o sindicato assegurou que seu objetivo não é bloquear as decisões estratégicas da empresa, mas defender seus direitos no convênio coletivo.

Em comunicado, o sindicato de pilotos acusou à direção da Lufthansa de querer “mudar radicalmente a cultura corporativa existente” e afastar-se de um diálogo construtivo em favor de “um estilo autocrático de liderança”. EFE