Alckmin questiona alta de juros na véspera da reunião do Copom: ‘Seria insegurança econômica ou política?’
Vice-presidente manifesta críticas à composição do juro do Brasil no dia da primeira reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central; expectativa é de manutenção da taxa em 13,75%
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), participou nesta terça-feira, 31, de uma cerimônia da nova diretoria da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e, durante discurso, manifestou críticas sobre a composição dos juros no país. Segundo o político, há de se verificar os motivos que levam o Brasil a ter uma taxa de juro “tão alta”. “O que justificaria [isso]? É imposto? É cunha fiscal? Para reduzir custo de capital. É falta de concorrência? Nos Estados Unidos tem 2.000 bancos. É insegurança econômica? Insegurança política? Questão fiscal? Dificuldade de reaver o crédito? Spread alto? O bom pagador paga pelo mau pagador?”, elencou as possíveis causas. Em seguida, o ministro afirmou que é necessário ter um custo de capital mais barato à população de modo a incentivar o desenvolvimento econômico. “Desburocratização, digitalização, acordos internacionais que podem ocorrer para crescer mais, poder criar mais empregos, logística melhor, tudo para reduzir custos e melhorar a competitividade”, disse.
A manifestação de Alckmin ocorre no dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fará sua primeira análise da taxa de juros de 2023. No entanto, mesmo com os questionamentos, a expectativa é de que o BC mantenha a atual política de juros e continue com a taxa em 13,75% – que não sofre alterações desde agosto do último ano. Na diretoria da Abras, o presidente João Galassi foi reeleito para condução do órgão no biênio 2023/2024 e, no local, o executivo apresentou as principais demandas do setor para os próximos meses. Entre elas está a isenção completa de impostos da cesta básica e alteração no sistema do prazo de validade. Além das solicitações, João pediu a autorização para venda de medicamentos isentos de prescrição nos supermercados brasileiros, a exemplo dos Estados Unidos. “O varejo está sangrando com a maior taxa de juros real do mundo”, considerou o presidente da entidade. Por fim, Alckmin concordou que o órgão e o governo federal têm um “desafio em comum” de estimular o consumo e a geração de empregos.
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