Omar Aziz diz que não vai prender Dominguetti por falso testemunho; veja como foi

Presidente da CPI da Covid-19 negou pedido feito pelo senador Alessandro Vieira; comissão ouve vendedor de vacina que relatou pedido de propina

  • Por Jovem Pan
  • 01/07/2021 10h12 - Atualizado em 01/07/2021 17h15
Jefferson Rudy/Agência Senado Cúpula da CPI da Covid-19 na primeira sessão Oitiva ocorreria na sexta-feira, 2, mas foi antecipada após decisão do STF envolvendo outro depoente

A CPI da Covid-19 ouve, nesta quinta-feira, 1º, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da Davati Medical Supply e denunciou um suposto pedido de propina de US$ 1 por dose da vacina da AstraZeneca para fechar contrato com o Ministério da Saúde. Ele seria ouvido inicialmente na sexta-feira, 2, mas a oitiva foi antecipada após a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), conceder ao empresário Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, que deporia nesta quinta, o direito de permanecer em silêncio. Como a Jovem Pan mostrou, os integrantes da comissão avaliaram que a sessão seria contraproducente, uma vez que Maximiano poderia não responder a nenhuma pergunta.

A denúncia sobre a cobrança de propina foi revelada por Dominguetti em entrevista à Folha de S. Paulo. Segundo a sua versão, o pedido foi feito pelo ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, em um encontro no restaurante Vasto, localizado no Brasília Shopping, no Distrito Federal – Dias foi exonerado nesta quarta-feira, 30. Ao jornal, o representante apresentou detalhes sobre tratativas para a compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca. Em nota, o laboratório afirma que não negocia imunizantes com o setor privado. “Todas as doses da vacina estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo, incluindo da Covax Facility, não sendo possível disponibilizar vacinas para o mercado privado ou para governos municipais e estaduais no Brasil”, diz o texto. Acompanhe a cobertura ao vivo da Jovem Pan:

17:13 – Sessão encerrada

Omar Aziz encerra o depoimento de Luiz Paulo Dominguetti. Próxima sessão ocorrerá na terça-feira, 6.

17:01 – ‘Contribuição não foi positiva para a CPI’, diz Omar Aziz 

Mais uma vez, o presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), explicou por quais motivos não mandou prender Luiz Paulo Dominguetti por crime de falso testemunho. “O que temos no depoimento de hoje? Vamos colocar claro: temos um cidadão que trabalha nas horas vagas como representante de uma empresa que vende medicamento. Ele ofereceu [vacina] ao Ministério da Saúde, conversou com Elcio [secretário-executivo da pasta], esteve na sala do Elcio, acompanhado, a pedido de uma pessoa religiosa, o reverendo Hamilton, e fez uma proposta de vacina. São os fatos verdadeiros. Ele oferece a vacina, acreditando que existe vacina. Ele não ofereceu vento, ofereceu vacina. O superior dele [Cristiano Carvalho, CEO da Davati no Brasil] disse que tinha vacina. Chega lá no restaurante, ele recebe a proposta de compra de vacina colocando um dólar a mais. O coronel Blanco [um dos participantes do jantar] solta uma nota e confirma o jantar. Terceiro ponto: o chefe superior dele, um tal de Cristiano, liga para ele e diz que tinha uma jornalista ao lado dele e pede ao senhor Dominguetti que conte tudo. Na entrevista, ele fala porque não ocorreu essa possível compra. Essa compra não existiria, não chegariam as vacinas. Esse é o fato. É o que temos que investigar”, disse Aziz. O presidente da CPI acrescentou que a contribuição de Dominguetti “não foi nada positiva” para a comissão, “muito pelo contrário”. “Sinceramente, não posso fazer pré-julgamento e querer que prenda baseado em teses mirabolantes, não posso fazer isso”.

16:41 – No Twitter, Aziz explica porque não autorizou prisão de Dominguetti: ‘Temos alvos maiores’

O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), negou o pedido de prisão de Luiz Paulo Dominguetti, representante da Davati, feito pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Aos integrantes da comissão, ele afirmou que não autorizaria a detenção “pela família” do depoente. Respondendo a um questionamento feito no Twitter, Aziz comentou sua decisão: “É preciso muito equilíbrio para exercer o cargo de presidente da CPI. É fácil jogar para a torcida, prender peixe pequeno. Difícil é ter discernimento que temos alvos maiores, objetivos mais à frente. Acreditamos estar no rumo certo. Confie no nosso trabalho”, escreveu.

16:35 – ‘Todo um estardalhaço sem nenhum tipo de comprovação’, diz Flavio Bolsonaro

O senador Flavio Bolsonaro (Patriota-RJ) perguntou a Luiz Paulo Dominguetti se ele tinha alguma prova do pedido de propina para a compra de vacinas da AstraZeneca. Diante da resposta negativa, o filho do presidente da República afirmou que, desta forma, “é difícil que isso tudo consiga ter um resultado prático”. “Todo um estardalhaço sem nenhum tipo de comprovação. É o primeiro caso de tentativa de suborno de uma vacina que não existia. Se o senhor consegue provar que houve esse tipo de vantagem, ok, vamos punir quem foi responsável. Porque isso não tem aquiescência do Ministério da Saúde, do presidente da República. Supostamente aconteceu no quarto ou quinto escalão [da pasta]”, disse. Após a denúncia apresentada por Dominguetti ao jornal Folha de S. Paulo, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, exonerou Roberto Ferreira Dias, que ocupava o cargo de diretor de logística do Ministério da Saúde e foi apontado como autor do pedido de propina.

15:50 – Omar Aziz não vai prender Dominguetti por falso testemunho 

O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), rejeitou o pedido de prisão de Luiz Paulo Dominguetti, feito pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Aziz disse que nega não pelo depoente, mas pela família dele. Na sequência, questionou o fato de Dominguetti divulgar um áudio fraudulento, enviado por Cristiano Carvalho, representante da Davati no Brasil, envolvendo o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). “Dois fatos me chamam a atenção: esse Cristiano recebe a ligação de uma jornalista, te liga e diz ‘fala o que aconteceu’. Ele também te manda um áudio editado. Quem ele é para você acreditar tanto no que ele fala? Se ele mandar você se jogar do décimo andar, você se jogaria”, disse Aziz.

15:42 – ‘Esse áudio é o verdadeiro bode na sala’, diz Simone Tebet 

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) foi mais uma questionar a divulgação do áudio fraudulento envolvendo o deputado Luis Miranda (DEM-DF). “Esse áudio é o verdadeiro bode na sala. Por que colocaram no seu colo essa granada sem pino?”, questionou Tebet. “Recebi o áudio e acreditei no áudio de boa fé. Fui induzido a acreditar que eram vinculados ao mesmo fato [denúncia de irregularidades da Covaxin e suposta intermediação de vacina por parte do parlamentar]”, respondeu. “Para mim está muito claro: o senhor se prestou ao papel de ser lobista, junto com outros intermediários, querendo intermediar a venda de vacinas no momento que tínhamos contrato com a AstraZeneca. O ponto dois: o senhor foi surpreendido com pedido de propina”, acrescentou a senadora.

15:31 – Alessandro Vieira pede que direção da CPI delibere sobre prisão de Dominguetti 

No final de sua inquirição, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu que a direção da CPI da Covid-19 delibere sobre a prisão de Luiz Paulo Dominguetti por falso testemunho.

15:20 – ‘O mesmo governo que retardou negociações com a Pfizer, decidiu negociar com a Precisa e a Davati’, diz senador

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse que é preciso “deixar registrado” que o governo Bolsonaro “retardou e protelou” a compra de vacinas da Pfizer, da Johnson & Johnson e do Instituto Butantan, mas aceitou negociar com a Davati, empresa representa por Luiz Paulo Dominguetti. “O mesmo governo que retardou as negociações com a Pfizer, que não aceitou seguir o caminho que outros países seguiram, decidiu negociar com a Precisa Medicamentos e a Davati. Fique registrado que isso é incontroverso. Também não foi desmentido que o senhor teve um jantar com Roberto Ferreira Dias [ex-diretor de logística do Ministério da Saúde], com o tenente-coronel Blanco e uma pessoal que o senhor não soube identificar”, disse Vieira, suplente da CPI da Covid-19.

15:10 – ‘Dominguetti tem todas as características de testemunha plantada’, diz Randolfe 

Em mensagem de texto enviada à Jovem Pan, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que Luiz Paulo Dominguetti “tem todas as características” de testemunha plantada. Cabo da Polícia Militar de Minas Gerais, Dominguetti se apresenta como representante da Davati Medical Supply e denunciou um suposto esquema de propina de US$ 1 por dose da vacina da AstraZeneca para fechar contrato com o Ministério da Saúde. Aos senadores, o depoente reiterou as informações apresentadas ao jornal Folha de S. Paulo, mas divulgou um áudio do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) a partir do qual acusou o parlamentar de se oferecer para intermediar compra de vacinas – na gravação, não há citação à palavra vacina, apenas “produto” e “carga”. Miranda apontou um esquema de supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin e foi ouvido pelos senadores na sexta-feira, 25. Leia a íntegra da reportagem. 

15:00 – Celular de Dominguetti é apreendido pela Polícia Legislativa do Senado 

Há pouco, a Polícia Legislativa do Senado apreendeu o celular de Luiz Paulo Dominguetti, que depõe nesta quinta-feira, 1º. Os senadores querem apurar a veracidade das declarações apresentadas à CPI da Covid-19, em especial, o áudio do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) divulgado no início da sessão.

14:22 – ‘Eu ia chamar um general para prender o coronel que estava ali?’, questiona depoente 

O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) perguntou por que Luiz Paulo Dominguetti, cabo da Polícia Militar de Minas Gerais, não deu voz de prisão a Roberto Dias, então diretor de logística do Ministério da Saúde, e o tenente-coronel Marcelo Blanco, assessor do departamento da pasta, quando ouviu o suposto pedido de propina para a compra de vacinas. “O que acontecia ali era uma coisa surreal. Embora estivesse investido da função [de policial militar], estava ali como representante da empresa Davati. Em outra cidade, em outro estado, em uma esfera federal com um servidor público federal, com um coronel do Exército. A complexidade da minha situação. Não é simplesmente dizer ‘por que não prendeu todo mundo?’. Não quero que o senhor me entenda mal. Analisar uma situação crítica de forma fria e perguntar por que eu não prendi, é muito complicado para processar aquilo. Eu tinha um superior hierárquico, um coronel. Eu ia chamar um general para prendê-lo? Onde eu ia arrumar?”, disse.

14:15 – ‘Me conforta acreditar em uma empresa que reafirmou seu acesso às vacinas’, diz Dominguetti 

Luiz Paulo Dominguetti disse que intermediou o processo de venda de vacinas “pensando em um bem maior”. “Se me foi prometido que a empresa tinha acesso às vacinas e eu poderia contribuir com a vinda das vacinas ao Brasil, isso me conforta. Me conforta acreditar em uma empresa que, ontem, reafirmou seu acesso às vacinas. Nada melhor do que ela [Davati] vir aqui, com seus executivos, darem conta dessas vacinas”, afirmou.

14:08 – Depoimento é retomado

Sessão é retomada com questionamentos do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS).

13:50 – Sessão é suspensa

Depoimento será retomado após intervalo de 20 minutos.

13:42 – ‘Eu fui procurado pelo coronel Blanco, não conhecia ninguém dentro do ministério’

Ao senador Marcos Rogério (DEM-RO), Luiz Paulo Dominguetti afirmou que foi procurado pelo “coronel Blanco” para agendar uma visita ao Ministério da Saúde. “Eu fui procurado pelo coronel Blanco, não conhecia ninguém dentro do ministério. O senhor mesmo relatou que havia uma orientação para que a negociação acontecesse com um único canal [sem intermediários, negociação diretamente com o governo federal]. O próprio Roberto Dias responde o e-mail da Davati dizendo que tem interesse e agenda uma ida minha ao ministério. Eu tenho a confirmação de que ele ia me chamar”, disse.

13:23 – ‘Ninguém melhor do que CEO da Davati e presidente da empresa para dirimir essas questões comerciais’, diz depoente 

Respondendo a um questionamento do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), Luiz Paulo Dominguetti disse que o CEO da Davati e o presidente da empresa, Herman Cardenas, devem explicar à CPI da Covid-19 se tinham condições de fornecer 400 milhões de doses ao governo federal. “Ninguém melhor para dirimir essas questões comerciais, confidenciais e dizer aqui a real disponibilidade das vacinas do que o CEO da Davati e o presidente da Davati, que inclusive trocou mensagens com o senhor Roberto Dias, formalizando a proposta”.

13:16 – ‘História não é crível’, diz Tasso Jereissati 

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) elencou uma série de fatores para afirmar que a história apresentada por Luiz Paulo Dominguetti “não é cível”. “A AstraZeneca, em seu nível de compliance, nunca aceitaria, tendo um acordo com a Fiocruz, se negaria a fornecer insumos e vacinas e, ao mesmo tendo, oferecer 400 milhões de doses através de um atravessador. Isso é inverossímil, isso não existe”, disse. Na sequência, o tucano citou o fato de Dominguetti, um policial militar lotado em Minas Gerais, ter sido escolhido como representante da Davati Medical Supply. “A Davati, com essa responsabilidade toda, escolhe uma pessoa que não tem um currículo que pode ser justificada para essa operação. Uma empresa multinacional, ao apontar um representante, vai olhar seu currículo, sua história para encarregá-lo. Escolheram a pessoa que pode ser bem intencionada, mas não tem o menor currículo, a menor qualificação, para ser sua representante. Isso também é muito estranho. Alguém estava tentando dar um golpe. Não sei se era a Davati, o senhor Dominguetti ou Cristiano. Isso tudo não existe, isso tudo é um golpe”, ponderou.

13:04 – ‘Relação com a Davati era um acordo de cavalheiros’, diz Dominguetti 

Questionado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), Luiz Paulo Dominguetti afirmou que sua relação com a Davati não foi formalizada. “Era um acordo de cavalheiros”, explicou. “Um contrato de boca para vender vacinas para o governo brasileiro, em um contrato de mais de um bilhão de dólares?”, rebateu o líder do MDB no Senado. O depoente, então, acrescentou que não pôde formalizar a representação por ser um funcionário público. Dominguetti é cabo da Polícia Militar de Minas Gerais.

12:55 – ‘Por que tanta gente que nem do governo era negociava com empresas?’, questiona senadora 

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), representante da bancada feminina na CPI da Covid-19, foi ao Twitter comentar o depoimento de Luiz Paulo Dominguetti. “Governistas se arvoram em defesa se Dominguetti. Representante da Davati desmentiu acusação feita na CPI da Covid contra [deputado] Luis Miranda. Áudio parece plantado, nele em nenhum momento se falou em vacina. Vamos periciar e confrontar as versões para descobrir quem mentiu. Dominguetti confirma que Roberto Dias pediu propina de US$ 1 por vacina. A mando de quem? Enquanto isso, a CPI já descobriu ligações de [Carlos] Wizard para o dono da Precisa. Por que tanta gente que nem do governo era negociava com empresas?”, escreveu. 

12:49 – Governista faz ‘recomendação’ a depoente: ‘Consulte seu advogado e veja se não quer fazer nenhuma retificação’

No início de sua fala, o senador Jorginho Mello (PL-SC) fez uma “recomendação” a Luiz Paulo Dominguetti. “Consulte seu advogado e veja se o senhor não quer fazer nenhuma retificação do que disse hoje. Ainda dá tempo, para que o senhor não se complique aqui”, disse. “O senhor tem tempo, até o final desta oitiva, para retificar algo que foi dito aqui. Para o seu bem”, acrescentou.

12:39 – ‘Pedido de propina se concretizou, excelência. O pagamento, não’, diz Dominguetti 

Luiz Paulo Dominguetti reafirmou que ouviu o pedido de propina do então diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias. Então, o senador Flavio Bolsonaro interrompeu Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e perguntou se houve o pagamento de propina. “O pedido de propina se concretizou, excelência. O pagamento, não”,

12:29 – Representante da Davati diz que Dominguetti ‘quer aparecer’ na CPI

O representante da Davati no Brasil, Cristiano Carvalho, disse, ao jornal O Globo, que Luiz Paulo Dominguetti “quer aparecer” na CPI da Covid-19. Há pouco, Dominguetti divulgou um áudio no qual o deputado federal Luiz Miranda (DEM-DF) tenta intermediar a compra de um “produto”. Inicialmente, o depoente afirmou que se tratava de vacinas, mas voltou atrás e admitiu não saber o contexto. A O Globo, Carvalho diz que a gravação não se refere a vacinas, mas, sim, sobre “negócios dele nos Estados Unidos” – onde Miranda já morou. “Acredito que sobre os negócios dele nos EUA. Não tem nada uma coisa com a outra”, afirmou.

12:15 – ‘Por que os governistas estão defendendo alguém que está acusando o governo de corrupção?’, questiona senadora

Depois da divulgação do áudio do deputado Luis Miranda (DEM-DF), senadores governistas passaram a atacar o parlamentar do DEM, que, na última semana, depôs à CPI da Covid-19 e denunciou supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin. Em razão disso, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), líder da bancada feminina no Senado, questionou: “Por que os governistas estão defendendo alguém que está acusando o governo de corrupção?”. O depoente desta quinta-feira, 1º, Luiz Paulo Dominguetti afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que um diretor do Ministério da Saúde cobrou propina de US$ 1 por vacina.

12:08 – Luis Miranda afirma que áudio, de 2020, foi editado para incriminá-lo 

O deputado Luis Miranda conversou com o senadores Omar Aziz (PSD-AM), Fabiano Contarato (Rede-ES) e com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), para se defender do áudio divulgado há pouco pelo depoente Luiz Paulo Dominguetti. Na CPI, Aziz relatou a versão de Miranda. Segundo o deputado, a gravação é de 2020 e foi editada para incriminá-lo. Diante disso, o senador Fabiano Contarato afirmou que a “testemunha foi plantada”. O presidente da comissão acrescentou: “Foi induzido a falar”.

11:57 – CPI apreende celular de depoente

Em razão do áudio sem contexto reproduzido há pouco, a CPI da Covid-19 determinou a apreensão do celular de Luiz Paulo Dominguetti, representante da Davati no Brasil. Ele denunciou uma oferta de propina de US$ 1 por dose da vacina da AstraZeneca em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo e confirmou informações à comissão na manhã desta quinta-feira, 1º.

11:52 – Dominguetti volta atrás e admite: ‘Eu não sei qual é a tratativa comercial que estava sendo feita ali no áudio’

Depois da confusão causada pela divulgação do áudio com a voz do deputado Luis Miranda (DEM-DF), Luiz Paulo Dominguetti voltou atrás e admitiu não saber “qual é a tratativa comercial que estava sendo feita ali [no áudio]”. No fundo do plenário da CPI da Covid-19, Miranda afirma que negociava compra de luvas cirúrgicas, não vacina. Dominguetti reforçou, então, não saber o contexto da gravação. “Quem pode responder é o Cristiano (representante da Davati no Brasil)”, disse.

11:40 – Luis Miranda entra no plenário da CPI e causa tumulto 

Após a divulgação de um áudio no qual o deputado Luis Miranda (DEM-DF) supostamente se oferece para intermediar a compra de vacinas, o parlamentar entrou no plenário da CPI da Covid-19. A base governista reagiu e disse que ele estaria tentando coagir a testemunha desta quinta-feira, 1º, Luiz Paulo Dominguetti.

11:26 – Em áudio, Luis Miranda se oferece para intermediar compra de “carga”

Luiz Paulo Dominguetti reproduziu um áudio no qual, segundo ele, o deputado federal Luiz Miranda (DEM-DF) se oferece para intermediar compra de vacina. Na gravação, o parlamentar diz “meu comprador está de saco cheio disso” e que “eu tenho comprador com potencial de pagamento instantâneo”, mas não cita, em nenhum momento a palavra vacina, mas, sim, “carga” e “produto”.

11:10 – Luiz Miranda procurou Davati para negociar vacina, diz Dominguetti 

Luiz Paulo Dominguetti disse que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) procurou a Davati para tentar negociar a aquisição de vacinas. Ele afirmou aos senadores que vai reproduzir um áudio no qual o parlamentar aparece tentando se credenciar como intermediário na venda de vacinas pela Davati com o Ministério da Saúde

11:03 – Dominguetti relata oferta de propina: ‘Pensa direitinho porque amanhã vou te chamar no ministério’

Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e Fabiano Contarato (Rede-ES) pediram a Luiz Paulo Dominguetti que detalhasse o jantar no qual supostamente o então diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, teria pedido propina para a compra de vacinas. “A conversa começou assim: o Roberto Dias disse que teríamos que melhorar esse valor. Eu disse ‘tenho que tentar um desconto’. Ele falou ‘não, é para mais’. Me disseram que eu tinha que compor com o ministério, ele pediu o acréscimo de um dólar. De imediato eu disse que não poderia fazer. O clima na mesa logo mudou e o jantar foi encerrado. E aí ele falou ‘pensa direitinho, porque amanhã vou te chamar no ministério’. Ele queria que eu levasse a proposta de US$ 4,50, mas eu levei no valor de US$ 3,50”, disse.

10:53 – Dominguetti recusou oferta de propina mas foi a agenda no Ministério da Saúde no dia seguinte

Luiz Paulo Dominguetti disse aos senadores que recusou a oferta de propina feita pelo então diretor de logística Roberto Ferreira Dias no dia 25 de fevereiro, em um encontro que teria ocorrido em um shopping, em Brasília. No entanto, ele acrescentou que foi para uma reunião no Ministério da Saúde no dia seguinte.

10:47 – Elcio Franco não sabia da proposta de 400 milhões de doses, diz Dominguetti 

O representante da Davati no Brasil, Luiz Paulo Dominguetti, afirmou que o então secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco não sabia da proposta de 400 milhões de doses. “Quando estivemos com o senhor Elcio Franco, o que nos espantou era que ele não tinha conhecimento dessa proposta de 400 milhões de doses, ele [Roberto Ferreira Dias] não tinha informado ao ministério essa proposta. Ela foi novamente validada e o senhor Elcio me perguntou com quem eu teria deixado a proposta. Houve uma troca de olhares, ele [Elcio] baixou a cabeça e saiu. Pediu que dois estagiários anotassem nossos nomes para que entrassem em contato”, relatou.

10:41 – Dominguetti: ‘Não havia nenhum pedido de valor adiantado’

Luiz Paulo Dominguetti afirmou que “não havia nenhum pedido de valor adiantado” na proposta formalizada pela Davati ao Ministério da Saúde. “Foi dada toda a segurança ao Ministério da Saúde. [A pasta] Poderia pagar em letra de cambio, não havia pedido de nenhum valor adiantado. O ministério não pagaria nada adiantado, somente quando tivesse a certificação da vacina”, explicou. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid-19, pediu ao depoente que disponibilizasse os documentos relacionados à oferta.

10:33 – Roberto Dias pediu US$ 1 dose por vacina, diz Dominguetti

Respondendo a questionamentos do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid-19, Luiz Paulo Dominguetti afirmou que Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, pediu propina de US$ 1 por vacina. A Davati, segundo ele, ofereceu 400 milhões de doses a US$ 3,50 cada. O pedido teria ocorrido no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, no Distrito Federal. O depoente confirma a denúncia feita ao jornal Folha de S. Paulo. Após a publicação da reportagem, Dias foi exonerado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. “Havia o coronel Blanco e mais um empresário que ficava com uma prancheta anotando, fazendo cálculos”, relatou aos senadores.

10:26 – Dominguetti foi apresentado a Roberto Dias pelo coronel Blanco 

Luiz Paulo Dominguetti afirmou que foi apresentado a Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, pelo coronel do Exército Marcelo Blanco. “O coronel Blanco vinha há dias fazendo as tratativas da Davati com o Roberto Ferreira Dias. Nunca conversei com o Roberto Dias, não o conhecia. Essas tratativas eram feitas entre Dias, o coronel Blanco e Cristiano Alberto Carvalho, CEO da Davati”, afirmou.

10:17 – Dominguetti: ‘Fui autorizado pelo próprio representante da Davati a negociar vacina’ 

Luiz Paulo Dominguetti afirmou que foi autorizado pelo representante da Davati no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho, a negociar vacinas com o Ministério da Saúde. “Havia um acordo inicial verbal com o CEO da Davati no Brasil, segundo o qual eu tinha o consentimento dele para que representasse a Davati nessa negociação com o Ministério da Saúde. Ele que solicitou ao presidente [Herman Cardenas] a minha inclusão na proposta ao ministério, para validar minha presença ao ministério. Fui designado pelo Cristiano Alberto Carvalho quando levei a notícia de que o ministério poderia adquiri as doses ofertadas. Ele me autorizou que eu representasse a Davati pessoalmente em Brasília.

10:14 – Senado recorre de decisão que garantiu ao sócio da Precisa Medicamentos o direito de ficar em silêncio

O senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou que o Senado recorreu da decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiu ao sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, o direito de ficar em silêncio. Ele seria ouvido nesta quinta-feira, 1º, mas sua oitiva foi adiada por tempo indeterminado. “Em não sendo deferida a reconsideração, solicitou-se que a manifestação fosse recebida como agravo regimental. Entendemos que a decisão de garantir o silêncio foi equivocada. Respeitamos, mas entendemos que está equivocada”, disse Aziz.

10:13 – Omar Aziz inicia a sessão 

Presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM) abriu os trabalhos desta quinta-feira, 1º.

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