Após anúncio de Putin, Brasil sugere ‘solução negociada’ para crise entre Rússia e Ucrânia

País se tornou uma peça importante na diplomacia internacional após visita de Jair Bolsonaro ao presidente russo na última semana

  • Por Jovem Pan
  • 22/02/2022 12h00 - Atualizado em 22/02/2022 13h38
Vyacheslav Prokofyev/EFE/EPA/Kremlim/Sputnkik Em frente a bandeiras de Brasil e Rússia, Bolsonaro e Putin posam para fotos apertando as mãos Jair Bolsonaro declarou que é solidário à Rússia durante encontro com o presidente Vladimir Putin

O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota nesta terça-feira, 22, sugerindo uma “solução negociada” para a crise entre Rússia e Ucrânia. A declaração vem um dia após o presidente russo, Vladimir Putin, reconhecer a independência das regiões separatistas da Ucrânia e autorizar o envio de tropas para “manter a paz” em Donetsk e Lugansk. Os países ocidentais temem que a movimentação de Putin resulte em uma invasão à Ucrânia. Um dia após o anúncio do mandatário russo, o Itamaraty se posicionou em defesa dos “legítimos interesses de segurança” dos países. “Diante da situação criada em torno do status das autoproclamadas entidades estatais do Donetsk e do Luhansk, o Brasil reafirma a necessidade de buscar uma solução negociada, com base nos Acordos de Minsk, e que leve em consideração os legítimos interesses de segurança da Rússia e da Ucrânia e a necessidade de respeitar os princípios da Carta das Nações Unidas”, diz nota.

“[O Brasil] apela a todas as partes envolvidas para que evitem uma escalada de violência e que estabeleçam, no mais breve prazo, canais de diálogo capazes de encaminhar de forma pacífica a situação no terreno”, finaliza. O Brasil acabou se tornando um personagem da crise diplomática após visita do presidente Jair Bolsonaro ao seu homólogo russo. Desde o início, o chefe do Executivo reforçou que o encontro não tinha objetivos políticos, mas, sim, comerciais. A visita, no entanto, não foi vista com bons olhos pelos Estados Unidos, que criticou a fala de Bolsonaro ao se dizer solidário à Rússia. Segundo o Departamento de Estado norte-americano, a fala do presidente “não poderia ter sido pior”.

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