Após pesquisa apontar empate com Moro, Ciro Gomes vai intensificar críticas ao ex-juiz

Enquanto a cúpula do PDT trabalhará para viabilizar alianças nos Estados, ex-governador do Ceará manterá rotina de ataques ao presidenciável do Podemos

  • Por André Siqueira
  • 01/02/2022 17h21 - Atualizado em 01/02/2022 17h38
Roberto Casimiro/Estadão Conteúdo Ciro Gomes de mão levantada e sorrindo Ciro Gomes já convidou Moro para um debate diversas vezes e fez um 'react' da entrevista do ex-juiz ao 'Flow Podcast'

As últimas notícias envolvendo a pré-candidatura de Ciro Gomes (PDT) animaram o entorno do ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional. Aliados do ex-governador do Ceará comemoraram a repercussão do lançamento oficial de sua postulação e o resultado da pesquisa XP/Ipespe, divulgada na quinta-feira, 27, que coloca o pedetista empatado com o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) em terceiro lugar, com 8% das intenções de voto. Enquanto a cúpula do PDT trabalhará para viabilizar alianças nos Estados, o presidenciável da sigla manterá a rotina de ataques ao ex-juiz da Operação Lava Jato. A ideia é se cacifar como o candidato capaz de romper a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera a corrida pela Presidência da República.

Em um discurso de mais de uma hora no último dia 21, dia do lançamento oficial de sua candidatura, Ciro Gomes subiu o tom contra Bolsonaro e Lula, mas destinou parte de sua fala a Sergio Moro, a quem chamou de “inimigo da República”. “Ele [Moro] não cansa de transformar farsa em heroísmo. Agora quer se fantasia de candidato sem ter nenhum preparo para lutar. Estou denunciando com especial preocupação como tentei denunciar lá atrás sobre o Bolsonaro. Estou tentando advertir que há um inimigo da República, e não um adversário político, tentando subtrair a liberdade do povo brasileiro”, disse. O ex-juiz e ex-ministro do governo Bolsonaro, inclusive, tem sido o alvo preferencial do pedetista. Nesta terça-feira, 1º, em entrevista à Rádio Máxima FM, de Minas Gerais, Ciro chamou Moro de “a variante da Covid-19 de Bolsonaro”. “Inventaram esse negócio de terceira via. Como assim terceira via? Essa gente que está se apresentando como terceira via é tudo viúva do Bolsonaro. Eles fazem de conta que nós somos tudo um bando de imbecis, um bando de idiotas sem memória. O Doria fez o ‘BolsoDoria’ e o Moro é a variante da Covid do Bolsonaro, é a ômicron do Bolsonaro”, afirmou.

A estratégia não é uma novidade. Em novembro, a Jovem Pan mostrou que Ciro Gomes foi aconselhado a mirar sua artilharia em Sergio Moro, que havia se filiado ao Podemos e aparecia próximo dos dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto. Desde então, o ex-governador do Ceará já o convidou diversas vezes para um debate e afirma, sempre que possível, que o ex-juiz da Lava Jato não tem competência para governar o Brasil. Na última semana, inclusive, Ciro fez um “react” da entrevista de Moro ao Flow Podcast durante a “Ciro Games”, sua live semanal.

PDT busca Eduardo Paes 

Depois do PT anunciar apoio à candidatura do deputado federal Marcelo Freixo (PSB) ao governo do Rio de Janeiro, o partido de Ciro Gomes intensificou as conversas para tentar selar uma aliança com o PSD de Eduardo Paes, prefeito do Rio. Nesta quarta-feira, 2, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, irá se reunir com Paes, Felipe Santa Cruz, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o nome de Paes para o pleito estadual, e Rodrigo Neves, ex-prefeito de Niterói (RJ) e postulante ao Palácio Guanabara. A ideia é acertar um acordo para que Neves e Santa Cruz caminhem juntos nas eleições de outubro de 2022. A definição sobre quem será o candidato ao governo e quem disputará a cadeira no Senado ficará para depois. No domingo, 6, Paes deve se encontrar com Ciro Gomes para acertar detalhes sobre a parceria na eleição fluminense.

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