Eleições 2022: Cidadania vota contra federação com Podemos e PDT e se divide sobre aliança com o PSDB

Com partido rachado, presidentes de 12 diretórios estaduais manifestam apoio à pré-candidatura do senador Alessandro Vieira (SE); palavra final será do diretório nacional, que se reúne no dia 15 de fevereiro

  • Por André Siqueira
  • 01/02/2022 15h43 - Atualizado em 01/02/2022 15h44
Jefferson Rudy/Agência Senado À bancada, em pronunciamento, senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE O senador Alessandro Vieira é o pré-candidato do Cidadania à Presidência da República

A Executiva Nacional do Cidadania não chegou a um consenso sobre a formação de uma federação partidária com o PSDB. Em reunião na manhã desta terça-feira, 1º, a cúpula da legenda também rejeitou a possibilidade de aliança com o PDT e com o Podemos. O diretório nacional irá se reunir no dia 15 de fevereiro para tomar a posição final sobre o assunto. Na prática, os resultados desta terça evidenciam um racha e representam uma vitória interna do senador e presidenciável Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que tem criticado os “atropelos” de integrantes do Cidadania que trabalham para a formalização de uma união com os tucanos, que têm o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), como pré-candidato à Presidência da República.

Segundo apurou a reportagem, a votação sobre a formação de uma federação com o PSDB terminou empatada em 10 a 10. A maioria do partido também votou contra as possibilidades de união com o PDT de Ciro Gomes (11 a 8, com duas abstenções) e com o Podemos de Sergio Moro (11 a 9, com uma abstenção). Em tese, apesar dos placares, qualquer uma das federações poderá vingar – o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, tem maior controle sobre o diretório nacional. No Twitter, o senador Alessandro Vieira comentou a votação desta terça-feira. “A Executiva do Cidadania encerrou sua reunião sem aprovar indicativo favorável à federação com PSDB, Podemos ou PDT. O diretório nacional voltará a tratar da questão mais adiante. Política se faz com construção respeitosa e diálogo, sem imposições ou atropelos”, escreveu.

Após a reunião da Executiva, diretórios do Cidadania em 12 Estados divulgaram uma nota na qual defendem a pré-candidatura de Alessandro Vieira à Presidência e afirmam que a aliança com o PSDB é “inviável”. No texto, os comandantes estaduais dizem, porém, que estão dispostos a “dar continuidade aos entendimentos com o Podemos e PDT”. Em uma federação partidária, os partidos só podem ter um candidato nos pleitos estaduais e na disputa nacional. Na Paraíba, por exemplo, o governador João Azevêdo é filiado ao Cidadania. Os tucanos, porém, anunciaram a pré-candidatura do deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) ao Palácio da Redenção.

“Diante da complexa realidade política nacional e das contradições existente entre o nosso partido e as seções regionais do PSDB no Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro e Sergipe, entre outros estados, nós, presidentes regionais do Cidadania nesses Estados, manifestamos nossa opinião de que a formação de uma federação partidária entre o Cidadania e o PSDB é eleitoralmente inviável. Reiteramos nosso apoio à pré-candidatura do senador Alessandro Vieira (SE) à Presidência da República pelo Cidadania e a disposição de dar continuidade aos entendimentos com o Podemos e PDT com objetivo de construir uma federação de partidos. Uma federação democrática deve ser pautada por regras claras, o respeito mútuo e o interesse recíproco, a partir da qual poderemos chegar a uma chapa unificadora no plano nacional”, afirmam em nota.

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