Após votar contra Daniel Silveira, André Mendonça se defende: ‘Fiz o correto’

Ministro do STF foi criticado por parlamentares da base governista e por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro; ele falou em ‘separar o joio do trigo’

  • Por Jovem Pan
  • 21/04/2022 14h59 - Atualizado em 21/04/2022 15h46
  • BlueSky
MATEUS BONOMI / AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA / ESTADÃO CONTEÚDO André Mendonça, homem branco usando terno e gravata fala em microfone Ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), usou as redes sociais nesta quinta-feira, 21, para se defender das críticas que recebeu após votar contra o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) no julgamento realizado na última quarta, 20. Ele disse que, “como cristão”, não poderia “endossar comportamentos que incitam atos de violência” e que, “como jurista”, deveria “avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja”. Mendonça passou a fazer parte do STF após ser indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e, por isso, era esperado que ele votasse a favor de Silveira, já que os apoiadores do presidente criticam o julgamento.

“Diante das várias manifestações sobre o meu voto ontem, sinto-me no dever de esclarecer que: como cristão, não creio tenha sido chamado para endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas determinadas; e, como jurista, a avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja. Há formas e formas de se fazerem as coisas. E é preciso se separar o joio do trigo, sob pena de o trigo pagar pelo joio. Mesmo podendo não ser compreendido, tenho convicção de que fiz o correto”, escreveu o ministro no Twitter.

O STF condenou Daniel Silveira por 10 votos a 1 pelos ataques feitos à Corte e a ministros. Mendonça votou para condenar o parlamentar, entretanto com uma pena menor do que os demais ministros, de 2 anos e 4 meses, e a serem cumpridos em regime inicialmente aberto. O voto do ministro irritou a base eleitoral do presidente Bolsonaro, que o indicou para a vaga sugerindo que ele seria um grande apoiador no Judiciário. A referência que ele fez a ser “cristão” teve relação direta com o fato de ter sido indicado pelo chefe do Executivo como o ministro “terrivelmente evangélico”.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.