Arthur Lira nega relação com esquema de desvios de verbas em Alagoas: ‘Não é verdade’

Presidente da Câmara falou em ‘má fé e má índole’ e defendeu que os parlamentares têm responsabilidade pela indicação, não execução dos recursos

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2022 13h16
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Pablo Valadares/Câmara dos Deputados O presidente da Câmara, Arthur Lira Lira afirmou que os parlamentares têm responsabilidade pela indicação dos recursos, não da execução e fiscalização

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) , negou qualquer tipo de relação com esquema de desvio de recursos públicos na cidade de Rio Largo, em Alagoas. À Jovem Pan, ele afirmou que os parlamentares têm responsabilidade pela indicação dos recursos, não da execução e fiscalização. “Não é verdade. Imprensa precisa de responsabilidade no que publica. Eu sempre falei, sempre defendi o orçamento compartilhado por todos os parlamentares. Mais licito, mais correto. Parlamentar tem responsabilidade na indicação, não na execução. Não faz licitação, não faz pagamento, fiscalização. Para isso existem órgãos de controle e quem errar, órgãos estarão atentos. Que ilações não sejam propagadas com má fé e ma índole”, afirmou, nesta segunda-feira, 1º. A manifestação do presidente da Câmara acontece em meio às investigações da Polícia Federal de um esquema de desvios de recursos federais, tendo como fonte de recursos fundos federais, como o Fundo Nacional de Saúde/SUS, Fundo Municipal de Saúde e até precatórios do Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb).

O inquérito aponta que a Prefeitura Municipal recebia verbas federais de áreas como saúde, educação e assistência social, destinando os valores a pagamentos para duas empresas laranjas – Litoral Construções e Serviços Ltda e Reauto Serviços e Comércio de Peças -, e os recursos voltavam para o prefeito da cidade, Gilberto Gonçalves, aliado de Arthur Lira, segundo a revista Piauí. O desvio das verbas acontecia por meio de saques que eram feitos por funcionários das empresas em uma agência da Caixa Econômica Federal. Os valores eram entregues em caixas para funcionários e seguranças de Gilberto, sendo repassados ao prefeito como pagamentos de propina. Câmeras de segurança e agentes da PF filmaram o esquema, que teria acontecido nos dias 30 e 31 de maio e 1º e 2 de junho, sendo R$ 49 mil sacados por dia. A reportagem da Piauí cita que de março de 2018 a fevereiro de 2022 os valores repassados às empresas chegam a R$ 18,4 milhões, de acordo com a Polícia Federal. Considerando o período de 2019 a 2022 da investigação, os desvios chegam a R$ 12 milhões. A investigação também aponta que o município alagoana teria recebido R$ 16,7 milhões do chamado Orçamento Secreto, a partir de indicações de Arthur Lira nos últimos três anos, o que ele nega.

*Com informações da repórter Beatriz Manfredini

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