Bancadas da Câmara apoiam Lira por reforma administrativa e antecipam disputa com governo

Presidentes de quatro frentes parlamentares assinam manifesto em defesa da proposta; ministro Alexandre Padilha diz que matéria causa ‘destruição do serviço público’

  • Por André Siqueira
  • 26/08/2023 21h00
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Ricardo Stuckert/PR Presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Sessão de trabalho com presidentes dos Países da América do Sul. Presidente da Câmara, Arthur Lira é um defensor da reforma administrativa

Presidentes de quatro frentes parlamentares do Congresso Nacional assinaram um manifesto em defesa da reforma administrativa, em um movimento que visa acelerar a tramitação da matéria. A articulação é um aceno explícito ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defensor da proposta, e antecipa uma disputa com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é contrária ao texto. Em entrevista à emissora Rede Vida que foi ao ar na quarta-feira, 23, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política, afirmou que a reforma administrativa representa uma “destruição do serviço público”. “Aquilo que foi feito pelo governo anterior, pelo ministro Paulo Guedes, eu nem chamo de reforma. É uma destruição do serviço público”, afirmou.

Assinam o manifesto a favor da reforma administrativa os deputados Pedro Lupion (PP-PR), da Frente Parlamentar do Agronegócio; Joaquim Passarinho (PL-PA), da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE); Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo; e Domingos Sávio (PL-MG), da Frente Parlamentar de Comércio e Serviços, Domingos Sávio (PL-MG). A movimentação dos deputados foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pelo site da Jovem Pan. “Defendemos a reforma administrativa e acreditamos que ela deva ser feita o mais rápido possível, pois irá gerar benefícios para toda sociedade e melhorias na qualidade do serviço público”, disse Sávio à reportagem.

“O governo enviou a proposta do arcabouço e fomos solidários, porque dá um sinal no sentido do equilíbrio fiscal e da responsabilidade que achamos que o governo deva ter. O governo dialogou conosco sobre a reforma tributária e nós também caminhamos nesse sentido. Mas está claro que o governo não faz medidas a favor da reforma administrativa, para reorganizar a maquina pública, para conter gastos e estabelecer maior eficiência e disciplina sobre aquilo que é o seu custeio. Por isso, queremos prioridade à reforma administrativa. Vamos buscar mobilizar outras frentes parlamentares, partidos, numa campanha pela reforma administrativa, para cortar gastos e dar mais racionalidade à maquina pública”, afirmou ao site da Jovem Pan o deputado Arnaldo Jardim.

Um dos trechos do manifesto, obtido pela reportagem, afirma que “o momento político também é oportuno para a discussão da Reforma Administrativa”. “Discussões acerca da carga tributária do país, da burocracia estatal e do custo de empreender no Brasil, provocados agora pela Reforma Tributária, demandam com urgência a discussão do tamanho e da eficiência do Estado Brasileiro, que refletem diretamente na necessidade de recursos que, por sua vez, serão arrecadados por meio da tributação dos contribuintes”, segue o texto. “Por fim, acreditamos que o Congresso Nacional possui as condições, a oportunidade e o cenário político necessário para que a matéria seja discutida e deliberada ainda nesta Sessão Legislativa”, acrescentam os líderes das frentes parlamentares.

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