Bolsonaro critica Moraes por pedido de manifestação sobre discursos de ódio: ‘Covardia’

Presidente afirmou que decisões dessa natureza ‘levam a conflito entre os poderes’; ministro estabeleceu prazo de 48 horas para resposta sobre incitação da violência

  • Por Jovem Pan
  • 15/07/2022 20h51 - Atualizado em 15/07/2022 21h16
Reprodução / Facebook Jair Bolsonaro Jair Bolsonaro Presidente Jair Bolsonaro insinuou em sua live que as vacinas contra a Covid-19 poderiam estar relacionadas ao vírus HIV, que pode desenvolve a Aids em seres humanos

O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou nesta sexta-feira, 15, sobre o assassinato do guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu. Durante comentário em transmissão semanal nas redes sociais, o chefe do Executivo disse lamentar a exploração política da morte do petista feita pela oposição. O mandatário mencionou a conversa que teve com dois familiares da vítima fatal e disse que, nos próximos dias, a expectativa é que um dos irmãos de Marcelo vá a Brasília para conversa. “Lamentamos a morte, deixou a viúva. O outro lado que trocou tiros também está hospitalizado, também tem família. A gente não consegue entender a motivação de uma violência daquela. Até registramos, desde antes desse episódio, que apoie o outro lado. Sempre foi essa a nossa posição. Houve uma exploração política do caso, falaram que o meu discurso de ódio fizeram isso tudo, então números não dá para a gente contestar”, mencionou, citando queda nas mortes violentas no Brasil. “Agora, por causa de um episódio querem botar na minha conta o discurso de ódio? Não tem cabimento”, completou o presidente.

Na live, Bolsonaro também comentou sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente em exercício do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que estabeleceu prazo de 48 horas para que o presidente se manifeste em uma ação onde é acusado de proferir discursos de ódio. O documento foi apresentado por sete partidos de oposição após a morte do tesoureiro Marcelo Arruda. Eles argumentam que as falas do chefe do Executivo em atos de pré-campanha e eventos institucionais estimulam seus apoiadores a prática da violência. Além disso, a ação também pede que seja fixada multa de R$ 1 milhão caso o Bolsonaro volte a fazer novas manifestações nesse sentido. O presidente considerou o pedido do ministro “falta de consideração”. “Parece que faz para mostrar ‘olha, sou togado aqui, vai fazer o que eu quero ou a minha caneta está aqui’. Essas questões levam a conflitos entre poderes, daqui a pouco vão falar que estou atacando o Supremo. Isso aqui é ataque, é uma covardia”, seguiu. 

Minutos depois, em seu perfil oficial no Twitter, Bolsonaro replicou uma reportagem que citava a determinação do ministro Alexandre de Moraes e se manifestou sobre o assunto. “Manifesto que sou contra”, escrevou o mandatário do país. A publicação do presidente foi retuitada mais de três mil vezes nos primeiros 40 minutos.

 

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