Bolsonaro critica quem atira em policial e se solidariza com feridos por Roberto Jefferson

Em vídeo publicado nas redes sociais após prisão do ex-deputado federal, chefe do Executivo federal se refere ao petebista como ‘criminoso’

  • Por Jovem Pan
  • 23/10/2022 19h47 - Atualizado em 23/10/2022 19h47
Reprodução/TV Brasil jair-bolsonaro-igreja-brasilia-reproducao-tv-brasil Presidente Jair Bolsonaro comentou caso envolvendo Roberto Jefferson minutos após a prisão do ex-deputado

O presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou um vídeo em suas redes sociais no qual chama o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) de “bandido” e se solidariza com os dois policiais federais feridos pelo ex-parlamentar. Na publicação feita em seu perfil no Twitter, o chefe do Executivo federal também se refere ao aliado como “criminoso”. Na manhã deste domingo, 23, agentes da Polícia Federal (PF) foram à casa do presidente de honra do PTB, no Rio de Janeiro, cumprir o mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e foram recebidos a tiros pelo petebista, que também arremessou uma granada contra a corporação. “Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio”, diz o mandatário do país em uma gravação de 17 segundos. Depois de horas de resistência, Jefferson se entregou e foi preso por volta das 19h.

Como a Jovem Pan mostrou, o ministro Alexandre de Moraes revogou a prisão domiciliar de Roberto Jefferson no sábado, 22, depois que o ex-deputado gravou um vídeo com ataques à ministra Cármen Lúcia, a quem chamou de “prostituta” e “vagabunda”. Por determinação do STF, Jefferson estava proibido de utilizar as redes sociais. Depois da resistência e da tentativa de homicídio contra agentes da Polícia Federal, Moraes expediu novo mandado de prisão em flagrante. No despacho, o magistrado afirmou que a prisão deveria acontecer “independentemente do horário”, acrescentando que qualquer intervenção de autoridade para retardar a prisão será considerado crime de prevaricação.

Pivô do escândalo do Mensalão, Jefferson é investigado no inquérito das milícias digitais, que apura a existência de uma organização criminosa que teria agido para atentar contra o Estado Democrático de Direito. O petebista tentou ser candidato à Presidência da República nas eleições deste ano, mas teve sua postulação indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), que sustentou que o ex-presidente do PTB está inelegível até dezembro de 2023 – o vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gonet Branco, argumentou que Jefferson ainda não havia cumprido o prazo de oito anos de inelegibilidade motivado pela condenação a 7 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no Mensalão.

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