Bolsonaro diz que STF entrou em uma bola dividida desnecessária ao votar a favor da obrigatoriedade da vacinação
Em live realizada nesta quinta-feira, 17, Bolsonaro volta a dizer que não vai se vacinar e reclama de setores da direita que o criticam pela indicação de Kassio Nunes Marques ao STF
Em live realizada na noite desta quinta-feira, 17, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou o Supremo Tribunal Federal por votar a favor da obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19. Por 10 votos a 1, a Corte liberou a União, os estados, o Distrito Federal e as cidades brasileiras de criarem leis que apliquem sanções a pessoas que se recusarem a tomar o imunizante. “O Supremo não mandou impor medidas restritivas, o Supremo falou que o presidente da República, os governadores e os prefeitos podem impor. Da minha parte, zero. Agora, todos os governadores vão impor medidas restritivas? Eu não acredito. Eu não quero botar a mão no fogo por ninguém. Eu acho difícil, não acredito”, disse Bolsonaro. “Com todo respeito ao Supremo Tribunal Federal, entrou numa bola dividida. Não precisava disso”, exclamou o presidente.
O chefe de Estado chamou de “inócua” a medida do STF porque, segundo ele, “não vai chegar de uma hora para outra, nem vacina para todo o mundo tem”. Bolsonaro voltou a dizer que não tomará nenhum imunizante. “Imagina que você pega uma bula e está escrito lá: o fabricante não se responsabiliza por nenhum efeito colateral. Está na bula. Vão obrigar você a tomar a vacina? Se houver um efeito colateral, como parece estar havendo no Reino Unido, choque anafilático, quem vai se responsabilizar? É quem obrigou você a tomar a vacina. Não pode passar por cima da Anvisa. É uma irresponsabilidade tratar uma questão que trata de vidas, para salvar ou para ter efeito colateral, tratar com açodamento, com correria. Uma irresponsabilidade.” Não está comprovado que as vacinas distribuídas no reino Unido causam o efeito citado pelo presidente.
Também houve críticas severas a setores da direita. Bolsonaro se mostrou contrariado com as ofensas que recebeu pelo voto de Kassio Nunes Marques, seu indicado ao STF, em uma ação que beneficiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – além da decisão dele sobre a obrigatoriedade da vacina. “Não foi maioria, não foi 11 a 0. Qual foi o ministro que destoou. Foi o Kassio. Não é direita burra, é direita idiota. Entendeu, imbecil? Aí, a dois dias de uma eleição, vem uma fake news dessa e você diz: ‘Não voto mais em ninguém, vou anular meu voto’. Fizeram isso na Argentina. Entrou o pessoal da Cristina Kirchner. Que é da turma da Dilma [Rousseff], do Evo Morales, do Fidel Castro”, disse o ex-filiado ao PSL.
O presidente declarou que votaria do mesmo jeito que Nunes Marques. Nesta quinta, o ministro do STF seguiu com ressalvas o relator Ricardo Lewandowski. No entendimento de Marques, a vacinação compulsória é de competência apenas da União. Estados e municípios estariam fora. Além disso, o magistrado piauiense recebeu elogios por contribuir com a decisão do Supremo que impede que uma pessoa tenha duas uniões estáveis ao mesmo tempo no Brasil. “Está lá, no velório, todo o mundo chorando e aparecem três ou quatro mulheres, que falam: ‘Eu transava com este cara que está morto aí e vou ter direito à partilha dos bens e pensão’. E aparece um homem também. ‘Eu também transava com ele. Se tivesse o Celso de Mello, seria reconhecido o direito da amante. Seria aberta a porta da poligamia”.
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