Thaís Oyama: Declarações de Bolsonaro sobre Covid-19 são ‘à prova de fatos’

Comentarista do programa 3 em 1 criticou falas de Bolsonaro sobre ‘volta à normalidade’ no país após assinatura de Medida Provisória

  • Por Jovem Pan
  • 17/12/2020 18h01
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MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO - 03/12/2020 O presidente da república, Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto Presidente comemorou 'quase normalidade' do país ainda em 2020

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira, 17, a Medida Provisória que libera crédito extraordinário de R$ 20 bilhões para compra de vacinas para imunizar os brasileiros contra a Covid-19. Pouco antes de assinar a MP, o presidente creditou a Deus o que classificou como a volta à “situação de quase normalidade ainda em 2020”. O texto será avaliado pelo Congresso Nacional, que tem a prerrogativa para aprovar, derrubar ou alterar o documento. Enquanto isso, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello afirmou nesta quinta que pretende distribuir a vacina em meados de janeiro. Ao detalhar as entregas, ele afirmou que o país prevê o recebimento de nove milhões de doses da CoronaVac, 15 milhões da AstraZeneca/Fiocruz e 500 mil da Pfizer no primeiro mês do ano. As expectativas em torno da vacina foram tema de comentários no programa 3 em 1 desta quinta-feira.

Thaís Oyama afirmou que não gosta mais de comentar as promessas do ministro da Saúde, já que ele – segundo ela – não mostra consistência nas falas e muda previsões de datas de vacinação com frequência. “Sobre essas novas promessas do General, eu vou entender perfeitamente se os governadores deixarem para comemorar essa notícia mais para frente”, criticou. Ela também afirmou que Bolsonaro se encontra em uma “realidade paralela” ao falar da situação da Covid-19 no país e lembrou que há 19 unidades da federação com números da doença em alta, assim como hospitais particulares de referência que já não
têm mais leitos para receber pessoas doentes. “Não é verdade o que o presidente falou, não estamos voltando à normalidade, a não ser que ele considere essa catástrofe normal. Diante de tudo isso, a declaração do presidente lembra a gente que tem gente que tem convicções à prova de argumentos, mas o presidente Bolsonaro vai mais longe: as declarações dele são à prova de fatos”, afirmou.

Para Tomé Abduch, Jair Bolsonaro não faz especulações e fala a verdade para a população quando diz que o país está à beira da normalidade. “As nossas cidades voltaram a funcionar, nós temos nossos fundos de arrecadações que estão muito parecidos com os números que nós tínhamos em janeiro, fevereiro desse ano”, afirmou. Ele louvou também a conversa do ministro Eduardo Pazuello com governadores da esquerda, como Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, e Wellington Dias, do Piauí, classificados por ele como ‘turma do PT’. “Lembrando que eles fecharam os estados, não se preocuparam nem um pouco com o equilíbrio entre a pandemia e as pessoas terem dinheiro para comer”, afirmou. Ele criticou, ainda, aqueles que empurram responsabilidades para Bolsonaro os chamando de “pessoas que não estão a favor do Brasil”.

Diogo Schelp lembrou que apesar de tecer críticas a João Doria, a quem atribuiu “decisões politiqueiras” durante a pandemia, a tensão criada entre o governador de São Paulo e o presidente Jair Bolsonaro pode ter apressado a movimentação do Governo Federal em relação à vacina. “Começo a achar que ele tinha razão em botar pressão em cima do governo nessa questão do Coronavac, porque parece que tirou o governo da inércia. É ver para crer, mas a impressão que dá é que assim como no mercado, essa disputa entre João Doria e Bolsonaro, essa concorrência, faz algum bem para a população”, disse. Ele lembrou que o plano inicial de vacinação para março foi antecipado e que uma coordenação nacional para a vacina é algo ideal para facilitar a imunização no país. Sobre o comentário de Bolsonaro, o comentarista concordou com a visão pouco otimista de Thaís Oyama. “O que ele chama de normalidade na verdade é um momento de alta nos índices de contágio”, lembrou. Para Schelp, o que ocorre hoje no país é uma situação de relaxamento nos cuidados.

Confira o programa 3 em 1 desta quinta-feira, 17, na íntegra:

 

 

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