Bolsonaro é aconselhado a não apresentar pedido de impeachment contra Barroso

Auxiliares do presidente têm dito que argumentos que seriam utilizados para embasar o documento seriam frágeis e só serviriam para aumentar a tensão entre os Poderes

  • Por André Siqueira
  • 26/08/2021 09h10
MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Ciro Nogueira ao fundo Aliados e assessores têm atuado para dissuadir Bolsonaro, no momento em que crise entre Poderes escala

Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro foi aconselhado por ministros e assessores a não apresentar o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na avaliação do entorno do chefe do Executivo federal, os argumentos que seriam utilizados para embasar o documento seriam frágeis e só serviriam para aumentar a tensão entre os Poderes no momento em que lideranças pregam o arrefecimento da crise.

Nesta quarta-feira, 25, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu arquivar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, apresentado na sexta-feira, 20, por Bolsonaro. No mesmo dia, o ministro Edson Fachin arquivou a ação do mandatário do país que tentava impedir o STF de abrir inquérito por iniciativa própria. Por mais que as atitudes do presidente da República sirvam para mobilizar seus apoiadores nas redes sociais, a ala política do Palácio do Planalto tem dito que se voltar contra Barroso seria inócuo.

Bolsonaro sinalizou que, ao menos por enquanto, não deve pedir o impeachment de Barroso. No entanto, a promessa é vista com ceticismo, uma vez que o presidente segue estimulando o confronto. Na terça-feira, 24, em entrevista ao Canal Rural, ele disse que o TSE têm extrapolado os limites e que “a corda arrebentou”. “Ou seja, [o TSE] extrapolou, no meu entender, os limites. Não está arrebentando, arrebentou a corda”, afirmou, se referindo à decisão da Corte que determinou às empresas que administram redes sociais que suspendam os repasses de dinheiro a páginas investigadas por disseminar notícias falsas.

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