Câmara aprova urgência do PL das Fake News

Requerimento foi aprovado por 238 votos a 192; mérito deve ser analisado no plenário na próxima terça-feira, 2, sem que o texto precise passar pelas comissões da Casa

  • Por Jovem Pan
  • 25/04/2023 19h10 - Atualizado em 25/04/2023 19h46
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Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados Arthur Lira Sessão para a votação de propostas legislativas. Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 25, o requerimento que estabelece o regime de urgência para o projeto de combate às notícias falsas, o PL 2630/20, mais conhecido como PL das Fake News. O resultado acontece após acordo costurados entre os líderes da Casa para aprovação da matéria. O placar no plenário foi de 238 votos favoráveis e 192 contrários. Com a aprovação, serão dispensadas as formalidades regimentais – como aprovação nas comissões – e o texto poderá ser encaminhado direto para votação em plenário. Como a Jovem Pan antecipou, a expectativa é que a matéria seja discutida e votada pelos deputados em sessão deliberativa na próxima terça-feira, 2. O cronograma foi divulgado pelo relator do PL, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), e pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), ambos defensores da proposta. “Há de se ter um limite para isso, garantido a todos a sua liberdade de expressão, e cada um arca com as consequências do que fala nas redes”, ponderou o político alagoano. “O PL 2630 valoriza a liberdade de expressão, traz mais transparência para a forma de atuação das plataformas, seus algoritmos e termos de uso, além de garantir direitos aos usuários. Por uma Internet sem fake news, ódios e preconceitos, PL 2630 já”, também defendeu o relator, que apresentou o texto nesta terça-feira.

Na prática, o PL das Fake News tem como ponto principal tornar obrigatória a moderação de conteúdos na internet, sendo “identificadas, excluídas ou sinalizadas” postagens e contas com conteúdo considerado criminoso. Para que isso seja efetivo, as plataformas terão que analisar os conteúdos considerados ilegais, obedecer a regras de transparência e se submeter a auditoria externa. As big techs também deverão impedir o acesso de crianças às redes sociais e os aplicativos de mensagens terão que limitar a distribuição massiva de mensagens. No entanto, ainda que seja defendido pelo presidente da Câmara e principalmente por parlamentares governistas, a proposta é alvo de muitas críticas, especialmente de membros da oposição, que alegam riscos à liberdade de expressão e uso das normas de forma arbitrária ou autoritária.

Em pronunciamento no plenário da Câmara, o deputado federal Deltan Dallagnol (Pode-PR), disse que o PL apresenta cinco “imensos problemas”, entre eles, a definição genérica do que seria considerado um conteúdo ilícito e a imposição de uma obrigação às redes sociais para a exclusão das postagens. “Precisamos defender a liberdade do brasileiro poder se expressar e criticar livremente”, afirmou. Assim como ele, a deputado federal Rosângela Moro (União-SP), também disse temer que aconteçam “canetas” que possam inibir a liberdade dos usuários, cenário descartado pelos defensores da proposta. “Democracia e canetada não combinam, por isso, não tenho outra alternativa a manifestar minha contrariedade ao PL 2630”, disse a parlamentar.

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