Câmara dos Deputados aprova urgência em projeto que proíbe mudanças na Bíblia

Partidos de oposição ao governo apoiaram o requerimento, que foi aprovado por 358 votos a 32; proposta é de autoria do deputado Pastor Isidório

  • Por Jovem Pan
  • 04/05/2022 19h28 - Atualizado em 04/05/2022 19h40
Najara Araujo/Câmara dos Deputados Presidente da Câmara, Arthur Lira, usa máscara branca, terno preto e camisa branca Deputado Arthur Lira (PP-AL) é o atual presidente da Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 4, por 358 votos contra 32 um requerimento para que um projeto de lei que proíbe a mudança em textos da Bíblia em novas edições tramite em caráter de urgência na Casa. A aprovação contou com o apoio de partidos da oposição, como PT, PCdoB e PSB. De acordo com o texto original, de autoria do deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA), “fica vedada qualquer alteração, edição ou adição aos textos da Bíblia Sagrada, composta pelo Antigo e pelo Novo Testamento em seus capítulos ou versículos, sendo garantida a pregação do seu conteúdo em todo o território nacional”.

Os partidos que se posicionaram de maneira contrária foram: PSOL, Novo, PV e Rede. Parlamentares destes partidos consideraram que a aprovação do requerimento poderia abrir um “precedente perigoso” no Congresso nacional para legislar em textos religiosos. A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) alegou que “o estado é laico” e que “não compete ao Parlamento interferir sobre os objetos de cunho religioso e sagrado”, já que “a liberdade do exercício da crença não diz respeito ao que nós fazemos aqui”.

Em nome do Partido dos Trabalhadores, a deputada Benedita da Silva defendeu a aprovação da urgência do PL e declarou que a bancada da sigla entende que a “Constituição já nos garante que as nossas organizações, religiosas ou não, têm o seu estatuto e que ela possa, evidentemente dentro do seu regimento interno, conduzir o seu público”. “Ela [a Bíblia] não deve ser alterada porque é uma palavra milenar”, afirma.

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