Jovem Pan
Publicidade

Câmara Municipal de SP aprova projeto que acelera privatização da Sabesp

SABESP/PRIVATIZAÇÃO/CÂMARA MUNICIPAL - POLÍTICA - O Presidente da Casa, o vereador Milton Leite (União Brasil), durante a audiência pública do projeto de lei para a privatização da Sabesp, na Câmara Municipal de São Paulo, nesta quarta-feira, 17 de abril de 2024. A audiência começou por volta de 11h e gerou protestos. A venda da estatal foi autorizada pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), mas um novo contrato com a prefeitura precisa ser aprovado pelos vereadores paulistanos para que ela possa operar na capital. 17/04/2024 - Foto: WAGNER VILAS/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

O projeto que abre caminho para a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi aprovado em primeiro turno, nesta quarta-feira (17), pela Câmara Municipal de São Paulo. Foram 36 votos favoráveis à adesão da capital à privatização da Sabesp e 18 contrários. O projeto de lei 163/2024, apresentado pela prefeitura de São Paulo, ainda precisa passar por uma segunda votação. Uma outra audiência pública deve acontecer antes da próxima votação do projeto no plenário.

Publicidade
Publicidade

Em dezembro, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) havia dado autorização para que o governo do Estado de São Paulo diminuísse sua participação na empresa de saneamento. O texto da Alesp foi sancionado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas a companhia ainda precisava negociar contratos com os municípios atendidos. O caso da capital paulista é crucial. Isso porque entre os cerca de 370 municípios atendidos pela Sabesp, São Paulo representa entre 45% e 50% da receita total da empresa de saneamento.

Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

A lei municipal 14.934, de 2009, que autoriza a Prefeitura de São Paulo a celebrar convênios com o Estado de São Paulo, a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) e a Sabesp, previa o fim do contrato em caso de privatização. A previsão é que a desestatização da empresa seja realizada até o fim do primeiro semestre de 2024. Promessa de campanha eleitoral do então candidato e hoje governador, a privatização da companhia de saneamento paulista é considerada a menina dos olhos do atual prefeito, que diz que isso irá transformar a Sabesp em uma multinacional de saneamento.

Debate tenso

O debate sobre o projeto de lei foi acalorado ao longo da sessão que contou com mais de quatro horas de duração. Além de manifestações de grupos civis contrários à privatização, presentes dentro e fora do prédio, houve bate boca entre vereadores em meio às falas no plenário. Deputados da oposição, como PSOL e PT, criticaram o fato de a matéria não ter passado por todas as comissões da Casa, incluindo a de Finanças.

Segundo a vereadora Silvia, da Bancada Feminista do PSOL, “o processo não está passando por cima dos ritos normais democráticos”. A parlamentar destacou que o partido, junto com o PT, entrou com uma medida judicial para impedir a continuidade da votação e a possível anulação caso ela aconteça. A vereadora criticou a antecipação da votação do projeto de lei, antes do fim do calendário de audiências públicas sobre a privatização.

O relator do projeto e presidente da Comissão Especial de Estudos Relativos ao Processo de Privatização da Sabesp, vereador Sidney Cruz (Solidariedade), negou falta diálogo na Câmara. “Não dá para falar que o assunto começou a ser debatido ontem na primeira audiência pública. Estamos falando disso desde outubro de 2023″, disse. Cruz defendeu a adesão à concessão, ressaltando a antecipação de recursos ao Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura na assinatura do convênio para a cidade de São Paulo. E, ainda, citou o adiantamento da universalização dos serviços de saneamento de 2033 para 2029, conforme estipulado no modelo de privatização.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Publicidade
Publicidade