Candidatos à Prefeitura de São Paulo trocam farpas em primeiro debate televisivo
Marçal associou Boulos a ‘invasões’ no centro, enquanto Datena acusou Nunes de ‘destruir a cidade’; Boulos criticou a administração atual e Nunes acusou Boulos de legalizar a ‘rachadinha’
O primeiro debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo, organizado pela Band, começou às 22h30 desta quinta-feira (8), com a participação dos cinco candidatos mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais: Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB). O debate é o primeiro da corrida eleitoral da capital paulista. O debate começou com trocas de farpas entre os candidatos à Prefeitura.
Marçal associou Boulos a “invasões” no centro, enquanto Datena acusou Nunes de “destruir a cidade” e não cumprir o plano de metas de seu antecessor, Bruno Covas. Boulos criticou a administração atual, afirmando que a cidade está abandonada. Em resposta, Nunes acusou Boulos de legalizar a “rachadinha”, referindo-se ao caso de suposta rachadinha envolvendo o deputado federal André Janones (Avante-MG), no qual Boulos atuou como relator no Conselho de Ética da Câmara e pediu arquivamento.
O primeiro bloco foi dominado por ataques de baixo calão, com destaque para as declarações de Marçal, que, como esperado, atuou como um franco-atirador. O candidato do PRTB afirmou que Boulos “come açúcar” e, por isso, não teria condições de cuidar da saúde da população. Ele também atacou Tabata Amaral, chamando-a de “para-choque de comunista”, “candidata fantoche” que parece uma “jornalistazinha militante”.
Como esperado, Nunes foi o principal alvo dos demais candidatos. Seus adversários exploraram temas sensíveis da gestão municipal, como supostas obras feitas sem licitação. Marçal, numa tentativa de conquistar os votos da direita, chamou Nunes de “falsa direita”, lembrou que o partido do prefeito possui ministérios no governo Lula e que Marta Suplicy, vice de Boulos, foi sua secretária até janeiro.
Datena e Boulos, que chegaram a esboçar uma dobradinha no primeiro bloco, direcionaram seus ataques ao prefeito Ricardo Nunes. Datena afirmou que o prefeito não está preparado para enfrentar as enchentes, e declarou que, se chover em outubro, Nunes é “eleito prefeito nem do fim do mundo”.
Tabata e Marçal protagonizam embates
Tabata e Marçal protagonizaram várias trocas de farpas durante o debate. No primeiro bloco, Tabata desconcertou Marçal ao questioná-lo sobre a Operação Água Branca, da qual ele não tinha conhecimento. “Você pode esclarecer o que é a Operação Água Branca? Deve ser algum bandido de esquerda envolvido,” respondeu Marçal, provocando risos na plateia. Tabata retrucou: “Para ser prefeito de São Paulo, é preciso estudar.”
Em outro momento, Tabata citou as acusações de fraude bancária envolvendo Marçal e perguntou se ele planejava usar sua “experiência no mundo do crime” para desenvolver políticas públicas de segurança. O ex-coach retrucou dizendo que ela estava o confundindo com “sua heroína, Dilma Rousseff” e chamou Tabata de “adolescente”.
Vidraça de Boulos
O parecer de Boulos que absolveu Janones da acusação de rachadinha no Conselho de Ética, junto com seu posicionamento em relação à ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela, gerou críticas dos adversários. “Você anda de braços dados na Comissão de Ética com o Janones da rachadinha,” atacou Datena.
“Depois, quero saber se você é democrata, porque parece que não é, apoia Maduro e a ditadura na Venezuela. Você deveria ser prefeito em Caracas,” disparou Datena contra Boulos. O líder sem-teto respondeu: “Ô, Datena. Até tu com fake news? Te conheço, sei que você é uma pessoa correta”.
Nunes também explorou os dois temas. “Olha, Boulos, acho que você tem que responder quem é Janones. Você instituiu a legalização da rachadinha. Você precisa responder quem é Nicolás Maduro?”.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicado por Carolina Ferreira
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