Caso Covaxin: Luis Miranda presta depoimento à Polícia Federal sobre suposta prevaricação de Bolsonaro

Em publicação em seu perfil no Twitter, parlamentar afirmou que foi sozinho à sede da PF porque ‘quem está com a verdade não precisa se preocupar’

  • Por Jovem Pan
  • 27/07/2021 16h35 - Atualizado em 27/07/2021 18h06
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Deputado federal Luis Miranda durante depoimento na CPI da Covid-19 Deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) presta depoimento à Polícia Federal (PF) na tarde desta terça-feira, 27

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) presta depoimento à Polícia Federal (PF) na tarde desta terça-feira, 27. O parlamentar é ouvido há aproximadamente uma hora, no âmbito do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro prevaricou no caso das supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin. A oitiva estava inicialmente marcada para a semana passada, mas foi remarcada depois de o congressista alegar que acompanharia a filha em um torneio de kart, em Londrina, no Estado do Paraná. Em uma postagem em seu perfil no Twitter, Miranda afirmou que foi sozinho à sede da PF. “Quem está com a verdade não precisa se preocupar. Já disse que tenho como provar tudo que eu disse, a verdade não precisa de estar acompanhado de ninguém para reafirma-la”, escreveu.

No final do mês de junho, o deputado e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, chefe de Importação do Ministério da Saúde, depuseram à CPI da Covid-19 e relataram supostas irregularidades no processo de aquisição do imunizante indiano. Aos senadores, o servidor da pasta afirmou que sofreu “pressão anormal” de subordinados do então ministro Eduardo Pazuello para agilizar a importação da vacina. Os irmãos Miranda se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de março, no Palácio da Alvorada, para repassar o caso ao chefe do Executivo federal. À comissão, eles disseram que Bolsonaro se comprometeu em acionar a Polícia Federal, o que não ocorreu. De acordo com a versão apresentada pelo Palácio do Planalto, Pazuello acionou o número dois da pasta, o secretário-executivo Elcio Franco Filho, que não teria encontrado indícios de crimes. Apesar disso, o contrato para compra de 20 milhões de doses da vacina foi suspenso pelo Ministério da Saúde.

Após as denúncias feitas pelos irmãos Miranda, o vice-presidente da CPI da Covid-19, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), enviou notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF), sinalizando que Bolsonaro pode ter cometido o crime de prevaricação. A Suprema Corte determinou que a PF apurasse o caso e, por isso, o inquérito foi aberto. O caso Covaxin é uma das principais linhas de investigação da comissão. Nos últimos dias, os senadores criaram um núcleo de trabalho, composto por Simone Tebet (MDB-MS) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), destinado exclusivamente à apuração das tratativas que envolveram o Ministério da Saúde, a Bharat Biotech, fabricante da vacina, e a Precisa Medicamentos, intermediadora do processo. Como a Jovem Pan mostrou, o dono da Precisa, Francisco Maximiano, conhecido como Max, prestará depoimento no dia 4 de agosto.

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