Cidadania recorre de decisão que suspendeu processo de expulsão de Fernando Cury

Advogados da sigla afirmam que decisão sobre expulsão é de âmbito partidário e pedem condenação do parlamentar por litigância de má fé, por tentar atrasar andamento do processo

  • Por Jovem Pan
  • 21/01/2021 20h24
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Divulgação/Alesp Deputado Estadual Fernando Cury Conselho de Ética da legenda recomendou expulsão do parlamentar

A defesa do Cidadania recorreu, nesta quinta-feira, 21, da decisão da juíza Thaissa Guimarães, da 20ª Vara Cível de Brasília, que suspendeu o procedimento ético-disciplinar que recomendou sua expulsão do partido ao qual o deputado estadual Fernando Cury responde no Conselho de Ética da sigla por importunação sexual contra a deputada estadual Isa Penna (PSOL). Os advogados da legenda pedem que a ação movida pelos defensores de Cury seja considerada improcedente por se tratar de matéria interna corporis, ou seja, a ser decidida em âmbito partidário e não nas justiças estadual, distrital ou eleitoral, sob pena de ferir a autonomia dos partidos políticos.

No recurso, o Cidadania também pede que o parlamentar seja condenado por “litigância de má-fé”, ou seja, por tentar de forma intencional atrasar o andamento do processo. “Não se deve utilizar de subterfúgios na tentativa de contemplar os direitos pretendidos”, dizem os advogados do partido. “O autor distancia-se claramente do dever de veracidade que recai sobre o relato dos fatos, o que implica em desvirtuar por completo os interesses supremos da Justiça ao provocar a já sobrecarregada máquina judiciária, apresentando ilações fragilíssimas e superficiais a amparar sua pretensão”, acrescentam.

“No mérito, os advogados requerem que a ação seja julgada improcedente e Fernando Cury, condenado por litigância de má-fé. ‘As ilações feitas pela parte autora carecem de coerência e fundamentos básicos para que haja o prosseguimento da presente demanda. O autor, temendo uma punição do Cidadania, além da represália da população por sua conduta inapropriada, agiu precipitadamente nos presentes autos por mero lapso interpretativo ou tinha ele a intenção de distorcer a realidade dos fatos?”‘, diz nota divulgada pelo partido nesta quinta-feira.

O episódio de assédio ocorreu no dia 18 de dezembro. Na ocasião, imagens registradas pelo canal da Alesp, que transmitia ao vivo a sessão de votação do Orçamento do estado, mostram Cury se aproximando de Isa Penna, posicionando-se atrás da parlamentar e colocando a mão na lateral de seus seios. No momento, a parlamentar conversava com o presidente da Casa, Cauê Macris (PSDB), na mesa diretora da Alesp. As imagens mostram, ainda, a deputada do PSOL empurrando o braço do parlamentar.

 

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