Comissão do Senado quer ouvir Mauro Vieira sobre ‘crise com Israel’

Previsão é que o chanceler participe de audiência na Casa Alta na primeira semana de março; convite ocorre após governo israelense declarar o presidente Lula ‘persona non grata’

  • Por Caroline Hardt
  • 20/02/2024 11h30 - Atualizado em 20/02/2024 11h32
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Lula Marques/ Agência Brasil Mauro Vieira Governo brasileiro ordenou o retorno do embaixador ordenou o recolhimento do embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado Federal quer ouvir o ministro Mauro Vieira a respeito da “crise com Israel”. A informação foi confirmada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), autor de um dos requerimentos que convida o chanceler à comparecer no colegiado para uma audiência. “Convidei o chanceler Mauro Vieira para ir à CRE do Senado debater a crise com Israel, responder indagações e dúvidas”, escreveu Calheiros em publicação no X (antigo Twitter). Na condição de convidado, o ministro não é obrigado a comparecer à comissão. Contudo, segundo o senador, Mauro Vieira já se prontificou a comparecer. A previsão é que o encontro aconteça na primeira semana de março na Casa Alta, em “em virtude das agendas do G-20 e outros compromissos internacionais”. Além de Calheiros, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) também protocolou no colegiado um pedido de convite ao chanceler, enquanto o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), requer a convocação de Mauro Vieira. Ou seja, caso aprovado o pedido, o comparecimento do ministro será obrigatório.

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O convite é feito após o governo de Israel declarar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma “persona non grata”. O termo é usado para representar que um indivíduo não é bem-vindo naquele local. Como o site da Jovem Pan mostrou, a decisão aconteceu após mandatário brasileiro comparar as ações do país na Faixa de Gaza ao Holocausto. “Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma ‘persona non grata’ em Israel até que ele peça desculpas e se se retrate”, escreveu Israel Katz, ministro das Relações Exteriores de Israel, nas redes sociais. Para ele, a comparação entre a “guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas” é “um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto”.

Como consequência da decisão israelense, o governo brasileiro ordenou o retorno do embaixador ordenou o recolhimento do embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer. Essa decisão ocorre após Meyer ter sido convocado por autoridades israelenses para explicar declarações feitas pelo presidente. Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre soldados altamente preparados contra mulheres e crianças. O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula, em Adis Adeba, na Etiópia, durante sua visita à África que durou seis dias.

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