Avenida Paulista reunirá manifestantes pró-governo no 7 de setembro; confira a programação dos atos em São Paulo
Praça da Sé recebe protesto do Grito dos Excluídos, e Museu do Ipiranga reabre para celebrar o Bicentenário da Independência
Data símbolo do bicentenário da Independência do Brasil, o feriado de 7 de setembro será utilizado para a realização de diversas manifestações políticas na cidade de São Paulo. Promovida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que passou as últimas semanas convocando seus apoiadores para tomarem às ruas nesta quarta-feira, a Avenida Paulista foi escolhida como palco para abrigar bolsonaristas e políticos que integram a base do governo federal. Entre aqueles que já confirmaram presença no ato, estão os deputados federais Coronel Tadeu (PL-SP), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP), o candidato ao governo paulista, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), e o postulante ao Senado pelo maior Estado do país, Marcos Pontes (PL). O ex-ministro da Infraestrutura deve discursar por volta das 11h. Os carros de som estarão espalhados pela principal avenida de São Paulo e a concentração ocorrerá em pelo menos dois pontos: na Alameda Campinas e na rua Peixoto Gomide. Grupos como o “Nas Ruas” e o “Movimento Avança Brasil” confirmaram a participação.
Entre aliados e integrantes da campanha de Bolsonaro há um temor sobre o tom que será adotado pelo presidente da República. Na manifestação de 2021, também na Avenida Paulista, o mandatário do país chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de “canalha”, e disse que não cumpriria decisões judiciais. Integrantes do QG da reeleição ouvidos pelo site da Jovem Pan admitem que os discursos podem gerar consequências negativas para a reta final da campanha. Segundo relatos feitos à reportagem, o chefe do Executivo federal foi aconselhado a fugir do embate com o Judiciário, sobretudo de olho no eleitor de centro que rejeita o tom belicoso. Estes conselheiros, porém, reconhecem que Bolsonaro deve fazer um aceno aos apoiadores mais fieis e subir o tom contra o STF, em especial após a decisão do ministro Edson Fachin, que suspendeu trechos de um decreto presidencial sobre armas e munições.
Já em tom oposto, com críticas à gestão de Jair Bolsonaro e promovido por movimentos sociais e centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadres (CUT), a 28ª edição do “Grito dos Excluídos e Excluídas: Vida em Primeiro Lugar” acontecerá nesta quarta-feira em diversos pontos do país. Em São Paulo, a edição deste ano, que defende as bandeiras da luta pela democracia e de políticas públicas voltadas à população vulnerável, ocorrerá na Praça da Sé, às 9h da manhã. “A cada 7 de setembro, o Grito dos Excluídos vem para lembrar que o Brasil ainda não garantiu os direitos de cidadania à maioria da nação. São pessoas que fazem parte da sociedade, mas não usufruem dos direitos básicos de cidadania”, explica Janeslei Albuquerque, secretária de Mobilização e Relação com os Movimentos Sociais da CUT Nacional em seu site oficial. Em paralelo aos atos de direita e esquerda que ocorrerão, a Prefeitura de São Paulo se prepara para o Desfile Cívico-Militar que acontecerá na pista central da Avenida Dom Pedro I, das 8 às 12h30. Entre civis e militares, o poder público trabalha com a expectativa de que 10 mil pessoas deverão participar dos desfiles. A ação também contará com a reinauguração do Museu do Ipiranga e uma encenação do Grito de Independência, às 15h. A secretaria de Cultura também promoverá eventos e musicais à partir das 18h com a temática de comemoração aos 200 anos da independência do país. O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), participará de uma visita ao local a partir das 10h.
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