CPI da Covid-19 cancela acareação entre Luis Miranda e Onyx Lorenzoni
Decisão foi tomada na noite desta segunda-feira, 16; para os senadores, sessão não traria nenhuma novidade e seria palco para tumulto
A CPI da Covid-19 cancelou a acareação entre o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o ministro do Trabalho e Previdência Social, Onyx Lorenzoni. A decisão, confirmada pela Jovem Pan, foi tomada na noite desta segunda-feira, 17, em uma reunião entre os membros da comissão que ocorreu na residência do presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM). Nesta quarta-feira, 18, será ouvido Túlio Silveira, gerente jurídico da Precisa Medicamentos, que intermediou a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin junto ao Ministério da Saúde. Para encerrar a semana de trabalhos, na quinta-feira, 19, os senadores receberão o dono da empresa, Francisco Maximiano.
Na avaliação dos senadores, a acareação não traria nenhum fato novo. A princípio, a comissão tinha o intuito de confrontar as versões de Miranda e Lorenzoni sobre o envio das notas fiscais por parte da Precisa no âmbito da importação das vacinas. Os parlamentares mudaram de ideia e passaram a afirmar que a sessão serviria de palco para tumulto. Um integrante do grupo majoritário da CPI da Covid-19 disse à Jovem Pan que o G7, formado pelos senadores independentes e de oposição, quer evitar que as sessões sejam usadas pelos governistas para desviar o foco das investigações. Na quinta-feira, 12, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), partiu para o ataque e causou o encerramento da sessão após dizer que o colegiado afastou laboratórios interessados em vender imunizantes para o Brasil.
Luis Miranda e seu irmão, Luis Ricardo, chefe de Importação da Saúde, denunciaram irregularidades no contrato para a compra das vacinas da Covaxin. Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), Ricardo disse que sofreu uma “pressão anormal” para agilizar a importação dos imunizantes indianos. Os irmãos levaram o caso ao presidente Jair Bolsonaro, no dia 20 de março, em reunião no Palácio da Alvorada. No encontro, o chefe do Executivo federal teria se comprometido a acionar o delegado-geral da Polícia Federal (PF). Em razão disso, Bolsonaro se tornou investigado pela corporação pelo suposto crime de prevaricação, que ocorre quando o agente público toma conhecimento de possível prática ilícita e não toma as providências necessárias.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.