CPI da Covid-19 pode quebrar sigilos de Carlos Bolsonaro, Wajngarten e Pazuello

Também foram incluídos na pauta da reunião desta terça-feira os requerimentos de convocação do deputado Osmar Terra, do virologista Paolo Zanotto e do presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo

  • Por André Siqueira
  • 07/06/2021 16h41 - Atualizado em 07/06/2021 18h15
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Caio César/CMRJ/Agência Brasil Filho do presidente na Câmara do Rio CPI da Covid-19 mira membros do "gabinete paralelo" de assessoramento ao presidente Jair Bolsonaro

Nesta terça-feira, 8, antes do segundo depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a CPI da Covid-19 vai votar requerimentos que miram o chamado “gabinete paralelo” que assessora o presidente Jair Bolsonaro para a definição de políticas de enfrentamento à crise do coronavírus. Os senadores querem convocar o deputado Osmar Terra (MDB-RS) e o médico Paolo Zanotto. Em setembro do ano passado, o virologista participou de uma reunião no Palácio do Planalto, na qual colocou em xeque a eficácia das vacinas, defendeu a cloroquina – remédio ineficaz para o tratamento da doença, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) – e sugeriu a criação de um “shadow cabinet” (em tradução livre, gabinete das sombras). A pauta da reunião, marcada para às 9h, possui 24 itens, e foi definida pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM).

Osmar Terra é alvo de três requerimentos, assinados pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Rogério Carvalho (PT-SE). Rodrigues afirma, no pedido, que imagens divulgadas pela imprensa “apontam Osmar Terra como mentor intelectual do grupo”. O vice-presidente do colegiado também defende a convocação de Paolo Zanotto. Segundo o parlamentar, o virologista “orienta o presidente a tomar ‘extremo cuidado’ com as vacinas contra a Covid-19”. Além disso, os senadores podem aprovar as quebras de sigilo telefônico e telemático do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, Filipe Martins, assessor da Presidência da assuntos internacionais, citados como membros do suposto gabinete paralelo. Há, ainda, pedidos de quebra de sigilo de Ernesto Araújo (ex-ministro das Relações Exteriores), Eduardo Pazuello (ex-ministro da Saúde), Fábio Wajngarten (ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência), Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Carlos Wizard Martins e Marcos Eraldo Arnoud, conhecido como Markinhos Show, ex-marketeiro de Pazuello na pasta.

A CPI da Covid-19 também pode aprovar a convocação de Rogério Caboclo, afastado por 30 dias do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) – o dirigente seria questionado sobre a realização da Copa América no Brasil. Há, também cinco pedidos de informações, apresentados pelo senador Omar Aziz, para esclarecer detalhes apresentados à comissão pela médica Nise Yamaguchi. Aziz pediu ao Ministério da Saúde dados sobre eventuais contratos ou repasses de recursos para pessoas jurídicas que tenham a oncologista e imunologista como sócia. O senador requer ainda que as companhias aéreas Latam, Gol e Azul informem os registros de voo realizados com destino a Brasília por Nise e dois irmãos dela, Greici Yamaguchi e Charles Takahito.

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