CPI do MST vai ouvir depoimentos de assentados e ex-integrantes do movimento

Expectativa é que convocados prestem esclarecimentos sobre supostas orientações recebidas de líderes do movimento

  • Por Jovem Pan
  • 08/08/2023 12h11 - Atualizado em 08/08/2023 12h33
Bruno Spada/Câmara dos Deputados CPI do MST Audiência da CPI do MST desta terça-feira, 29, vota requerimentos para a reta final da comissão

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga recentes invasões de terra promovidas pelo  Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), conhecida como CPI do MST, vai ouvir nesta terça-feira, 8, depoimentos de participantes das ocupações. A pedido do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), Joviniano José Rodrigues e Noemia José dos Santos, ambos assentados na fazenda Palmeiras, em Goiás, devem prestar esclarecimentos sobre a invasão, na condição de convidados. A expectativa é de que eles façam relatos sobre supostas orientações de líderes do movimento para saquear caminhões de carga, roubar e matar reses de fazendeiros locais, invadir prédios públicos e participar de cursos que ensinam táticas de guerrilhas. Na condição de convocados, ou seja, com comparecimento obrigatório, também serão ouvidos Benevaldo da Silva Gomes, ex-participante do acampamento Egídio Bruneto; o presidente do Projeto de Assentamento Rosa do Prado, Elivaldo da Silva Costa; e Vanuza dos Santos de Souza, ex-participante do Acampamento São João. “Os esclarecimentos desses ex-membros são fundamentais para compreender o funcionamento interno do MST, incluindo o papel de lideranças e o modus operandi durante invasões de terras”, disse o deputado federal Capitão Alden (PL-BA), autor do requerimento.

Como o site da Jovem Pan mostrou, a última invasão da área da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na cidade de Petrolina, em Pernambuco, deu combustível para ruralistas e opositores que defendem a prorrogação da comissão parlamentar. Em tramitação na Câmara dos Deputados desde maio, o colegiado tem até 28 de setembro para investigar a possível omissão do governo, bem como a relação de autoridades com recentes invasões de terras. No entanto, com a ocorrência de novas ocupações – marcadas por cobranças diretas ao governo Lula 3 –, deputados articulam a aprovação de um requerimento para prorrogar a comissão parlamentar por mais 60 dias. “Em razão da relevância das atribuições desta Comissão e da exorbitante quantidade de trabalhos, bem como considerando a suspensão das atividades na Casa após a votação da reforma tributária e previsão regimental pertinente, requer-se a prorrogação do prazo de exercício das atividades”, alega o presidente da CPI, deputado Luciano Zucco (Republicanos-SP).

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