Após bate-boca na CPMI, Arthur Maia diz que governo e oposição devem se ater ao 8 de Janeiro
Presidente da comissão afirma que clima de acirramento impossibilitou acordo para a pauta do dia
A sessão deliberativa da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro marcada para esta terça-feira, 22, foi cancelada após um intenso bate-boca. Os membros do colegiado se reuniram duas vezes, mas não chegaram a um acordo sobre a votação de requerimentos. Do lado de fora do Plenário da CPMI dava para ouvir gritos, tapas na mesa e até ofensas. O ponto de maior polêmica envolveu requerimentos para apreender os passaportes do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A base governista queria ainda a convocação e quebra de sigilo da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e a quebra do sigilo telemático do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
O próprio presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), decidiu sobre o cancelamento da reunião por entender que “não era possível” pelo clima de acirramento entre parlamentares do governo e da oposição. Segundo Maia, os dois lados tentam predominar uma narrativa e acabam trazendo para o colegiado debates que fogem do escopo da comissão. Ele entende que casos como das joias e até mesmo das urnas eletrônicas não deveriam entrar no debate. No entanto, nomes como Walter Delgatti foram ouvidos na semana passada. O hacker da Vaza Jato acusou Bolsonaro de ter lhe pedido para fraudar as urnas eletrônicas.
“Hoje não foi possível porque há um clima muito acirrado. Há pensamento de alguns de que investigar qualquer assunto referente às joias, o que faz sentido sair do escopo da CPMI. Por outro lado, também acho que fiscalizar as urnas sai do escopo da CPMI. Nessa reta final, a gente precisa se ater ao que de fato diz respeito ao que aconteceu no dia 8 de janeiro”, disse o presidente da CPMI, que ressaltou ainda que outros assuntos deveriam ser debatidos, como o “Plano Escudo”, que já está nas mãos do colegiado. “Chegou aqui na CPMI todo o material referente ao plano escudo. De acordo com esse plano, se ele fosse acionado, milhares de homens da força de segurança de polícia e Forças Armadas teriam que estar ali para proteger o prédio dos Três Poderes, mas isso não aconteceu”, complementou o Arthur Maia.
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