Depoimento de Mauro Cid na CPMI do 8 de Janeiro é marcado para a próxima terça-feira
Ontem, a ministra Cármen Lúcia autorizou o depoimento do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que poderá ficar calado e acompanhado de advogados
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de 8 de Janeiro marcou para a próxima terça-feira, 3, o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A sessão está programada para iniciar às 9h, avisou o presidente da comissão, deputado federal Arthur Maia (União-BA). Na segunda-feira, 26, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o depoimento do militar na comissão na condição de convocado, obrigando o comparecimento dele à oitiva. Entretanto, a magistrada reservou ao depoente o direito de permanecer em silêncio em caso de questionamentos que possam incriminá-lo, além de poder ser acompanhado de seus advogados. Mauro Cid está preso desde maio por determinação do ministro Alexandre de Moraes no inquérito investigado pela Polícia Federal que apura fraudes em cartões de vacinas.
Na CPMI do 8 de Janeiro, Mauro Cid ele deve ser questionado principalmente sobre os diálogos presentes em relatório da Polícia Federal, e encontrados em seu celular, que mostram uma conversa com coronel Jean Lawand Junior, do Estado-Maior do Exército, que incentivava a realização de um golpe de Estado. Como o site da Jovem Pan mostrou, Lawand Junior pedia que Cid convencesse o então presidente Jair Bolsonaro a “fazer alguma coisa”. Em 2º de dezembro de 2022, o coronel encaminhou mensagem ao Cid sobre suposto golpe: se o “EB [Exército Brasileiro] receber a ordem, cumpre prontamente. De modo próprio o EB nada vai fazer porque será visto como golpe. Então está nas mãos do PR [presidente]”. A última troca de mensagens aconteceu em 21 de dezembro de 2022, quando Jean Lawand Junior escreveu: “Soube agora que não vai sair nada. Decepção irmão. Entregamos o país aos bandidos”. E Cid respondeu: “Infelizmente”.
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