Deputados do União Brasil apostam que partido não terá candidato à Presidência em 2022

Parlamentares avaliam que novo partido não irá gastar recursos do Fundão com uma candidatura ao Planalto que não tenha chances reais de vitória

  • Por André Siqueira
  • 13/10/2021 12h24
Reprodução/Estadão Conteúdo/Flickr Planalto Montagem com foto de dois dirigentes partidários Cúpula do União Brasil defende que partido apresente nome para se contrapor à polarização entre Lula e Bolsonaro

Deputados do União Brasil, que será criado com a fusão do DEM com o PSL, apostam que a sigla não terá candidato à Presidência da República em 2022. A cúpula da nova legenda defende que seja apresentado um nome para se contrapor à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lideram as pesquisas de intenção de voto, mas parlamentares acreditam que a prioridade será dada à eleição de governadores e à formação da maior bancada do Congresso Nacional. Atualmente, segundo projeções internas, o partido deverá ter de 10 a 12 postulantes aos governos estaduais.

À Jovem Pan, um deputado do DEM, presidente do diretório da sigla em um dos cinco maiores colégios eleitorais do país, disse que, embora o União Brasil queira se colocar como protagonista na disputa pelo Palácio do Planalto, a nova legenda terá como foco o crescimento do número de parlamentares. “Na hora H, vão compreender que este é o melhor caminho a ser seguido. Por que não teremos um presidenciável em 2022? Para não comprometer o Fundo Eleitoral com uma campanha sem chances reais de vitória. É por uma questão de administração dos recursos. Tenho convicção de que a eleição vai polarizar entre Lula e Bolsonaro”, avalia.

A um ano da eleição, o partido estuda quatro possibilidades para a sucessão presidencial: o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. O ex-juiz da Lava Jato também é cortejado pelo Podemos e tem dito a interlocutores que definirá seu futuro na política em novembro – ele poderá romper amigavelmente seu contrato com a consultoria norte-americana Alvarez & Marsal, onde trabalha, a partir do dia 31 de outubro. Na última pesquisa Datafolha, divulgada no início da segunda quinzena de setembro, Pacheco aparece com 1% das intenções de voto, Mandetta oscila entre 2% e 3% e Datena alcança 4%. O nome de Moro não foi incluído no levantamento.

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