‘Dinheiro do Fundão acabaria com a seca no nordeste’, diz Bolsonaro

Presidente acredita que seu veto não irá resultar em complicações políticas para o governo e defendeu que a verba seria melhor aplicada em outras áreas

  • Por Jovem Pan
  • 21/07/2021 11h30 - Atualizado em 21/07/2021 17h19
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LECO VIANA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO O presidente da república, Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto O presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista à Jovem Pan Itapetininga nesta quarta-feira, 21

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reafirmou, em entrevista à Jovem Pan News Itapetininga, nesta quarta-feira, 21, que irá vetar o aumento do fundo eleitoral, também conhecido como ‘Fundão’. A proposta, que está incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada pelo Congresso Nacional na semana passada, propõe a destinação de R$ 5,7 bilhões para as campanhas eleitorais de 2022. Durante a entrevista, Bolsonaro disse acreditar que seu veto não irá resultar em complicações políticas para o governo e defendeu que a verba seria melhor aplicada em outras áreas. “Eu vou vetar e fica na mão no parlamento derrubar o veto ou não. Eu mandei para o parlamento a reforma fundiária e o Rodrigo Maia deixou caducar a MP. Paciência. Quando eles aprovam uma coisa lá e vem para cá, eu não tenho obrigação de sancionar, eu posso vetar também. Da minha parte não é retaliação, é questão de governabilidade. Espero que não tenha nenhum problema. Acho que não vai ter”, afirmou o presidente.

“Imagina esse dinheiro nas mãos do ministro [Rogério] Marinho? Ele completa a transposição do São Francisco, entre outras transposições, e você acaba com a seca no nordeste. Com isso dinheiro nas mãos do ministro Tarcísio [da Infraestrutura] , ele dá uma recapeada em grande parte das rodovias federais no Brasil e também conclui a BR 319, Porto Velho-Manaus”, elencou Bolsonaro. O chefe do Executivo disse que o veto ao “Fundão” é um querer da sociedade brasileira e, para corroborar seu argumento, citou a enquete realizada pelo programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan. O presidente ainda não decidiu se vetará outros pontos. “Eu aguardo o parecer da nossa assessoria. Cada ministério vai opinar. A gente vai vetar os R$ 6 bilhões, essa que é a ideia. A gente não vai acabar com o Fundão, porque ele é lei e eu não tenho esse poder. Mas não vão ser R$ 6 bilhões. O parlamento tem como resolver isso na própria votação do Orçamento agora no final do ano”, disse.

Bolsonaro apresentará possíveis provas de fraude nas eleições de 2014 na próxima semana

Nos últimos dias, Bolsonaro tem prometido apresentar provas para provar que houve fraude nas eleições de 2014, quando o candidato Aécio Neves (PSDB) perdeu a disputa para Dilma Rousseff (PT). “Me mandaram falar sobre a vulnerabilidade das urnas, mas o que eu vou apresentar é uma prova”, assegurou. “Nas eleições de 2014, no segundo turno, o TSE permitiu que você pudesse ter acesso minuto a minuto da apuração. Por 231 vezes ganhava Aécio, ganhava Dilma, ganhava Aécio, ganhava Dilma. Minuto a minuto. Esse é o indício mais forte da probabilidade do sistema não ser seguro”, argumentou Bolsonaro. “Se a gente pode colocar mais uma maneira de comprovar a lisura, por que você vai ser contra? Quando estava tudo certo para aprovarmos, porque eu tenho amizade e fiquei 28 anos lá dentro, o ministro Barroso foi para dentro do Congresso, fez reuniões com lideranças partidárias e, a partir daquele momento, as lideranças trocam os integrantes da comissão por pessoas que vão votar contra. Eles querem derrubar na comissão”, disse o presidente. “No tocante a recurso, se eu aumento o fundão para R$ 6 bilhões, eu estou disposto a gastar recursos para mostrar para o Brasil e para o mundo que o nosso sistema eleitoral é confiável”, justificou. De acordo com Bolsonaro, a quantidade de indícios é “enorme”, mas a “novidade” será apresentada na quinta ou na sexta-feira da próxima semana.

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