Edinho Silva assume presidência do PT e projeto futuro do partido sem Lula

Ex-prefeito tomou posse neste domingo (3), durante Encontro Nacional do partido, realizado em Brasília; ele também criticou Jair Bolsonaro e chamou Donald Trump de ‘líder do fascismo’

  • Por da Redação
  • 03/08/2025 14h17
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Wilton Junior/Estadão Conteúdo Humberto Costa, Edinho Silva, Lula e Gleisi Hoffmann durante o 17º Encontro Nacional do PT Humberto Costa, Edinho Silva, Lula e Gleisi Hoffmann durante o 17º Encontro Nacional do PT

Recém-empossado como presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva defendeu neste domingo (3) a necessidade de o partido se preparar para um futuro sem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato. Segundo ele, não haverá um substituto com a mesma força eleitoral de Lula, e por isso o PT deve se fortalecer como projeto coletivo. “O substituto de Lula não será um nome, mas o PT. Ele nos deixa um legado, mas sabemos que sempre disputou eleições em momentos de crise. Após 2026, por direito ao descanso, não o teremos mais nas urnas”, afirmou Edinho durante o 17º Encontro Nacional do PT, em Brasília.

O evento contou com a presença de Lula, de 11 ministros do governo, além de lideranças partidárias e cerca de mil delegados vindos de todos os estados. A cerimônia também marcou o retorno à cena política do ex-ministro José Dirceu, condenado no escândalo do Mensalão, que foi aplaudido com gritos de “guerreiro do povo brasileiro” e deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026.

Durante o encontro, Edinho criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando a taxação total para 50%. Segundo ele, a medida faz parte de um projeto autoritário. “Estamos enfrentando o maior líder do fascismo, que é Donald Trump. Ele nega a urgência climática e busca controlar nossos recursos naturais, como as terras raras”, declarou.

Também houve críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apontado por lideranças do partido como responsável, junto à sua família, por “entregar o país ao estrangeiro” e articular sanções com o governo norte-americano. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, classificou os atos como “traição à pátria”.

Desafios e prioridades

Em sua fala, Edinho elencou temas que, segundo ele, devem guiar a atuação do PT nos próximos anos. Entre as prioridades estão:

  • Combate à extrema-direita e ao que chamou de “projeto fascista”;
  • Reindustrialização do país;
  • Avanço da educação infantil;
  • ampliação do financiamento do SUS;
  • Debate sobre segurança pública;
  • Defesa da exploração de petróleo na Margem Equatorial com preservação ambiental;
  • Desenvolvimento sustentável da Amazônia;
  • Regulação da exploração de terras raras.

O novo presidente do PT também propôs retomar a discussão sobre uma reforma política. Ele defendeu o voto em lista fechada e criticou o atual modelo que, segundo ele, enfraquece o Poder Executivo e concentra recursos no Congresso. “O Congresso não pode executar R$ 52 bilhões do orçamento. Precisamos de uma reforma que preserve as atribuições do Executivo”, afirmou.

A escolha de Edinho para comandar o PT reflete a intenção do presidente Lula de alinhar mais fortemente o partido à estratégia do governo federal. Próximo ao núcleo duro do presidente, o ex-prefeito já comandou campanhas eleitorais e foi ministro da Secretaria de Comunicação Social no governo Dilma Rousseff.

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Sua gestão deve intensificar a atuação digital do partido, com foco em linguagem acessível e maior presença nas redes sociais. A meta é ampliar o alcance do PT para além da militância tradicional e disputar narrativas com a direita, especialmente em temas como soberania nacional e desigualdade. A expectativa da nova direção é que o partido desempenhe papel central nas eleições de 2026, seja com Lula na disputa ou como base de uma candidatura que represente a continuidade de seu projeto político.

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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