Com Doria ausente, PSDB oficializa a candidatura de Rodrigo Garcia ao governo de São Paulo

Candidato tucano tentou se contrapor a Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas, dizendo que é preciso ‘olhar para frente’; em viagem aos Estados Unidos, publicitário desejou sorte ao ex-vice

  • Por Jovem Pan
  • 30/07/2022 14h31 - Atualizado em 30/07/2022 14h45
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Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo Rodrigo Garcia é cercado por aliados na convenção do PSDB Rodrigo Garcia subiu o tom de voz para criticar adversários durante a convenção do PSDB

Principal articulador da candidatura de Rodrigo Garcia ao governo de São Paulo, João Doria não participou da convenção do PSDB que sacramentou parte do plano do ex-governador. Enquanto pavimentava sua entrada na corrida pela Presidência da República, Doria convenceu Garcia a trocar o DEM pelo tucanato e concorrer ao Executivo paulista. O publicitário, no entanto, enfrentou resistência de uma ala de seu partido, não conseguiu viabilizar sua candidatura e decidiu se afastar, ao menos momentaneamente, da vida pública. Ele justificou sua ausência no evento deste sábado, 30, realizado no Ginásio do Ibirapuera (zona sul da capital paulista), com uma viagem aos Estados Unidos, mas desejou sorte ao ex-vice. Participaram da convenção Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara dos Vereadores de São Paulo, Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB, Marco Vinholi, presidente do partido em São Paulo, e Renata Abreu, presidente nacional do Podemos, entre outras lideranças tucanas e de outras siglas que apoiam Garcia.

O atual governador usou o palanque para se colocar como um candidato de centro, contrapondo-se a Fernando Haddad, do PT, e Tarcísio de Freitas, do Republicanos, seus principais concorrentes na disputa pela cadeira de governador. “É preciso olhar para frente”, reforçou a campanha tucana, posicionando seu filiado ao centro. Antes mesmo de Garcia adentrar o ginásio, foi exibido um vídeo que reforçou suas raízes paulistas. É um claro recado ao carioca Tarcísio, que também lançou hoje sua candidatura. “Meus adversários estão vindo para dividir o Estado. Um desses teve oportunidade governar essa cidade, mas depois na sua avaliação tomou cartão vermelho. O Datafolha determinou que aquela gestão foi uma das piores. Meu adversário teve a proeza de fazer com que filas e creches aumentassem em São Paulo”, declarou o tucano, sobre Haddad. “O outro chegou agora, caiu de paraquedas para defender interesses, não de São Paulo, mas de um grupo político. Quer fazer de São Paulo um parque de diversão de presidente da República. Aqui, não. Não venha falar mal de São Paulo”, complementou, aos berros. Vinholi o apoiou: “São Paulo é a terra da oportunidade, não do oportunismo. Nem nossos adversários conseguem criticar o Bom Prato, a Rede Lucy Montoro. Estamos para o futuro, com Rodrigo Garcia”.

A ideia de ser um candidato “nem de esquerda, nem de direita” permeou o discurso de Garcia no Ibirapuera. “Quando se faz um hospital, uma estrada, um Poupatempo, não é para atender quem é de direita ou de esquerda. É um estado para atender milhões de pessoas”, declarou. Ele também visou associar a imagem de Tarcísio à de Jair Bolsonaro, apostando em uma rejeição do eleitor paulista ao atual presidente. Valores defendidos pelo chefe do Executivo foram rejeitados em voz atla: “A independência desse país saiu de São Paulo, a independência é a autonomia de um Estado que sabe o valor da democracia. Vamos combater, não pegando armas, mas com ideias”.

Filiado só no ano passado ao PSDB, Rodrgo Garcia também procurou se associar à família Covas, uma bandeira do tucanato. Logo que entrou no palco, convocou Tomás, filho de Bruno Covas, morto em decorrência de um câncer em 2021, enquanto ainda era prefeito da capital paulista. “Vivi ao lado do Mario Covas as transformações que foram realizadas no Estado de São Paulo, que naquela época estava quebrado”, destacou Rodrigo. Ele também citou José Serra, João Doria e até Geraldo Alckmin, que trocou o PSDB pelo PSB e será candidato a vice-presidente na chapa do petista Luiz Inácio Lula da Silva, adversário histórico dos tucanos. O atual governador ainda precisará definir o vice de sua chapa. MDB e União Brasil disputam a vaga.

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