Coringa Reaça, ‘Seu Toba’, Arlequina Cosplay e Gabigol da Torcida: Os candidatos com nomes exóticos nas eleições 2022
Pleito deste ano também reúne políticos como Demolidor da Corrupção (DC), Sou Galã (Agir), Xurras (Solidariedade), Thor O Pagodeiro do Amor (União Brasil) e Zé Bonitinho (PSC)
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro proibiu na última semana que dois candidatos a deputado federal, aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), usem o sobrenome do mandatário nas urnas para as eleições 2022. Apesar do presidente ter apresentado uma carta autorizando seu ex-assessor e ex-segurança Max de Moura (PL-RJ) a usar o nome Max Bolsonaro, os desembargadores vetaram a utilização do sobrenome, também rejeitado para o deputado Hélio Lopes, conhecido como Hélio Negão, também candidato do Partido Liberal. Segundo o presidente do TRE-RJ, Elton Leme, os candidatos “querem pegar carona no nome alheio”. De fato, o uso do codinome “Bolsonaro” para as eleições 2022 tem como principal objetivo atrair o eleitorado bolsonarista e angariar votos, sobretudo depois da onda bolsonarista que varreu o Congresso em 2018 e transformou o Partido Social Liberal (PSL), que havia chegado às urnas daquele ano com um único único deputado eleito, na segunda maior bancada da Câmara, com 52. Entretanto, essa não é a única estratégia utilizada pelos concorrentes para atrair a atenção dos eleitores. Outros políticos também adotam nomes diferentes, sejam eles cômicos, com associação a profissões, a alimentos, bebidas ou famosos, para se destacar na disputa. A menos de 30 dias das eleições, o site da Jovem Pan separou alguns dos candidatos com nomes inusitados para o pleito deste ano. Confira a lista abaixo:
Entre os mais diversos está o Coringa Reaça (PL-SP), por exemplo, concorrendo a uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Ainda no maior colégio eleitoral do país, mas de olho em uma vaga na Câmara dos Deputados, há a Arlequina Cosplay (PMB-SP). Na Bahia, os destaques são o Pancadinha (Soliedariedade) e o Baixinho do Pano (Republicanos); no Amazonas, Zé Gotinha da Floresta (Avante); no Amapá, o Naruto (PSC); no Mato Grosso do Sul, o Sou Galã (Agir); em Pernambuco temos o Gota Serena (Avante); na Paraíba, o Demolidor da Corrupção (DC) e o Pikenete Boca de Motor (União Brasil); em Goiás, o João Poucas e Boas (PSB); no Rio Grande do Sul, a Mara Boca Aberta (Pros) e o Rafael Chulé (Avante); no Paraná, Linguiça do Circo (PSC); no Rio de Janeiro, Chapinha (PP), Emerson Zé Ninguém (Agir), Coração de Leão (PP), Anão Montanha (PSDB) e Zé Bonitinho (PSC), assim como em São Paulo há o Paulo Bosta (Avante), Palito (Podemos), Pacote (Agir), Seu Toba (PP), Fubá do Depósito (PP) e o Carlão Reaça (MDB). No maior Estado do país, Albertinho – Sobrinho do Maluf (PP) também se apresentava como candidato, mas desistiu de sua postulação.
Codinomes associados a profissões também são diversos nas eleições 2022. De Norte a Sul do Brasil, há uma infinidade de candidatos professores, delegados, policiais e doutores, além de pastores e muitos militares, que representam os principais cargos citados pelos concorrentes. Embora menos frequentes, outras funções ou até estabelecimentos comerciais também são contemplados. Em São Paulo, há o Admilson das Lotéricas (União Brasil), a Adriana do Hospital (PP), o Eduardo Cabelereiro (Patriota), a Fátima da Lanchonete (PP), Fátima do Churrasquinho (PMB) e até o Ivan do Uber (Pros), sem esquecer de Ademilson Ramos da Silva, que virou “Messias” da Oficina, do Baixinho Barbeiro (PMB), do Gú do BardoGú (União Brasil) e da Gildete Alves – A Loira da Ração (Cidadania-MG). Comidas e bebidas também são referência, na maioria das vezes sem qualquer relação com o nome de registro dos concorrentes. Nas eleições deste ano, temos a Baiana do Quebra Queixo (PSC); o Batata (PSC); o Mixirica (PMN), que é Nelson de Almeida Chaves; o Macarrão (PTB), em Minas Gerais; o Cebola (Psol/Rede); o Xurras (Solidariedade) e o Velho Barreiro (Patriota), além da Andrea Sorvetão (Republicanos), Jaci a Tia da Sopa (PSC) e a Jackie Tequila (PMB), todos do Rio de Janeiro.
Nomes de famosos e sósias também estão em alta. No Rio de Janeiro, Claudio Henrique Barack Obama dos Anjos (Agir) será mais uma vez candidato como Barack Obama, em alusão ao ex-presidente dos Estados Unidos. Há também o Mario Bross, disputando uma vaga de deputado estadual em Roraima pelo União Brasil. Sósia do jogador do Flamengo, Jeferson Thiago Rosário de Sales (PTB) será o “Gabigol da Torcida“, enquanto Juracilde de Lima Pinto, sucesso nas redes sociais, é o Wolverine do ‘Tick’ Tok. Ao mesmo tempo, Jorge Gabriel Grasi (Podemos) é o Gabriel Thor e no Espírito Santo há o Thor O Pagodeiro do Amor (União Brasil), que foi notificado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) para fazer a troca do codinome. Em São Paulo, Luiz Antônio Cirino (Avante) é o Pelé, candidato a deputado estadual. Ainda a respeito das personalidades, embora o Rio de Janeiro tenha proibido o uso do sobrenome Bolsonaro por candidatos apoiadores do presidente, outros Estados seguiram entendimentos opostos e permitem a associação. No Paraná, por exemplo, Ivandro Aparecido Biscaia (PTB) será Biscaia Bolsonaro nas urnas eletrônicas. Em contrapartida, no Rio Grande do Sul, Christopher Borges Veleda (Psol/Rede) tinha como codinome Chris Col Bolsonaro Nunca Mais, mas renunciou a sua candidatura.
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