Datafolha: Lula tem 45% das intenções de voto; Bolsonaro, 32%
Ciro Gomes (PDT) aparece na terceira colocação, com 9%, e Simone Tebet (MDB) permanece com 5%; pesquisa é a primeira divulgada desde o debate presidencial em rede nacional
A pouco mais de um mês para o primeiro turno das eleições deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança da corrida à Presidência da República. De acordo com a mais recente pesquisa do Instituto DataFolha, divulgada nesta quinta-feira, 1º, o petista tem 45% das intenções de voto. O presidente Jair Bolsonaro, que busca a reeleição, tem 32%, e se mantém na segunda colocação. No levantamento anterior, divulgado em 18 de agosto, o petista tinha 47% dos votos, ante os mesmos 32% do candidato do PL. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) tem 9% dos votos, contra 5% de Simone Tebet (MDB). Soraya Thronicke (União Brasil), Pablo Marçal (PROS) e Luiz Felipe d’Ávila (Novo) têm 1%. Vera Lúcia (PSTU), Sofia Manzano, Eymael, Léo Péricles e Roberto Jefferson (PTB) não pontuaram. Brancos e nulos representam 4% dos entrevistados e 2% não souberam responder. Considerando apenas os votos válidos, Lula caiu de 51% para 48%, o que indica a dificuldade do petista de liquidar a fatura ainda no primeiro turno. O mandatário do país também oscilou negativamente neste recorte, indo de 35% para 34%.
Na pesquisa espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados, Lula aparece com 40% das intenções de voto; e Bolsonaro, com 28%. Ciro foi citado por 2%; e Simone Tebet, por 1%. Em um cenário de segundo turno, de acordo com o Datafolha, o ex-presidente teria 53% e venceria o candidato do PL, que soma 38% das intenções de voto. Entre os eleitores que recebem até dois salários mínimos, o que representa cerca de metade do eleitorado brasileiro, o petista tem ampla vantagem (54% a 25%). Este segmento é o público-alvo do Auxílio Brasil, principal aposta da campanha de Bolsonaro para melhorar seu desempenho nos levantamentos. Entre as mulheres, o ex-presidente da República mantém uma dianteira de 20 pontos, com 48%, ante 28% de seu principal adversário. O atual chefe do Executivo federal, por outro lado, tem uma vantagem de 16 pontos entre os evangélicos. No recorte por regiões, o postulante do PT tem 41% das intenções de voto no Sudeste, principal campo de batalha dos presidenciáveis, contra 35% de Bolsonaro. Entre os dias 18 de agosto e 1º de setembro, o presidente da República reduziu pela metade a dianteira do petista – de 12 para seis.
A pesquisa desta quinta é a primeira após a semana de entrevistas dos presidenciáveis ao Jornal Nacional, da TV Globo, e da realização do primeiro debate presidencial em rede nacional, promovido pelo Grupo Bandeirantes, pela TV Cultura, pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo portal UOL, ocorrido no último domingo, 28, marcado por acusações e trocas de farpas diretas entre os participantes. Da mesma forma, é o segundo levantamento do instituto publicado desde o início das campanhas eleitorais e do pagamento do pacote de benefícios sociais turbinados pelo governo federal, que somam R$ 41,25 bilhões a serem empenhados até dezembro. Entre maio e agosto, a distância entre Lula e Bolsonaro, que polarizam a disputa, caiu de 21 para 15 pontos, menor patamar da série em 2022.
Os números do levantamento também ajudam a explicar o tamanho da importância desta reta final de campanha. Desde 1989, o candidato que apareceu na liderança das pesquisas a um mês do pleito foi eleito presidente da República. O cenário se confirmou mesmo em casos em que a disputa estava bastante acirrada. No dia 29 de agosto de 2014, por exemplo, a então presidente Dilma Rousseff (PT), que tentava a reeleição, e a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, à época no PSB, estavam empatadas com 34% das intenções de voto. No início de setembro, a petista aparecia numericamente na primeira colocação, com 35%, contra 34% da pessebista. Em 2018, quando Bolsonaro venceu Haddad, o então deputado federal, filiado ao PSL, tinha 24% da preferência do eleitorado, contra 13% de Ciro Gomes, 11% de Marina e 9% de Fernando Haddad (PT). Desta vez, porém, o atual presidente da República inicia as últimas quatro semanas de campanha precisando superar uma diferença de 13% para Lula.
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