Fachin rebate Bolsonaro e diz que críticas à Justiça eleitoral são por ‘desconhecimento técnico ou razão política’

Apesar de não citar o presidente de forma direta, ministro do STF mencionou entrevista e disse que ‘apuração simultânea’ já ocorre através dos boletins de urna

  • Por Jovem Pan
  • 13/06/2022 21h22 - Atualizado em 13/06/2022 21h27
Foto: Abdias Pinheiro/ Ascom /TSE ministro edson fachin Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin afirma que falas contra a auditabilidade das urnas eletrônicas é um comportamento antidemocrático

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, rebateu na noite desta segunda, 13, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que voltou a questionar as urnas eletrônicas e o próprio TSE, afirmando em uma entrevista que ‘querem lhe dar um golpe’ para tirá-lo do cargo. Como alternativa, Bolsonaro sugeriu que houvesse uma ‘apuração simultânea’, a ser realizada pelas Forças Armadas. Fachin, no entanto, afirmou que esta informação está errada, e já há uma apuração simultânea por meio dos boletins de urna, que são impressos pelos aparelhos e disponibilizados em cada seção eleitoral e também no aplicativo “BU [Boletim de Urna] na Mão”. Além disso, o TSE deixará na internet uma cópia dos documentos nas eleições deste ano, colocando-os na página do tribunal já durante a apuração.

“Esse é o problema. Espalha-se desinformação e com isso ataques à justiça eleitoral. Como nós respondemos? De uma maneira muito simples: com informação, dados e evidências. É por isso que nós almejamos paz e segurança nas eleições de 2022, com respeito à legalidade constitucional e ao estado democrático de direito”, afirmou Fachin. “A Justiça Eleitoral está preparada para conduzir a eleição de 2022 de forma limpa e transparente, tal como tem feito há 90 anos. Quem questiona demonstra apenas motivação política ou desconhecimento técnico do assunto”, garantiu o ministro. Também nesta segunda, Fachin já havia encaminhado ofício ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, em que diz ter elevada consideração pelas Forças Armadas, após Nogueira dizer que os militares se sentiram ‘desprestigiados’, e o TSE relatou ter acatado 10 de 15 sugestões feitas pelas Forças para o processo eleitoral – quatro serão consideradas para o pleito de 2024 e apenas uma foi totalmente descartada.

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