Pernambuco: Após disputa acirrada, Raquel Lyra vai ao segundo turno com Marília Arraes

Ex-petista lidera a disputa com folga, declarando apoio unilateral a Lula; sem o PSB na disputa, ex-presidente pode se reaproximar dela nesta reta final das eleições estaduais

  • Por Jovem Pan
  • 02/10/2022 22h01 - Atualizado em 03/10/2022 00h11
Reprodução/Facebook/Marília Arraes/Raquel Lyra Marília Arraes e Raquel Lyra Marília Arraes e Raquel Lyra disputam o segundo turno das eleições para o governo do Estado de Pernambuco

Com 100% das urnas eletrônicas pelo Tribunal Superior Eleitoral, fica determinado que haverá segundo turno eleitoral entre Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB) na disputa pelo governo de Pernambuco. O fato já marca a história do Estado por apontar a saída dos socialistas do Palácio do Campo das Princesas, de onde comandaram o Executivo local por 16 anos, desde a primeira gestão de Eduardo Campos, em 2007. Marília Arraes, que mudou de partido no início do ano para poder concorrer ao governo, liderou com folga as intenções de voto durante toda a campanha até este momento, chegando a 23,97% dos votos válidos. Raquel Lyra, por sua vez, ficou com 20,58% dos votos. Na última pesquisa Ipec, ela aparecia com 38%. Já o segundo lugar foi muito concorrido, tendo tido ao longo do maior período da campanha um empate técnico (15%) entre quatro candidatos: Danilo Cabral (PSB), com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); a ex-prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB); Miguel Coelho (União); e Anderson Ferreira (PL), com apoio de Jair Bolsonaro (PL). Entretanto, também segundo a última pesquisa Ipec, a disputa ficou concentrada entre Raquel e Miguel, que subiram para 17%, deixando os outros dois candidatos para trás, com 12%.

Em função das alianças formadas por Lula, que garantiram o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) como seu vice, a ex-petista e neta de Miguel Arraes quase foi impedida de disputar o governo de Pernambuco, já que os socialistas exigiram o apoio do ex-presidente a Danilo Cabral e que o PT não lançasse candidatura própria no Estado. Para se lançar na disputa, ela deixou o PT e se filiou ao Solidariedade no dia 25 de março. Deputada federal, Marília tenta conquistar um cargo executivo local há muitos anos, já tendo sido preterida também pelo PSB, que abandonou para entrar no PT em 2016. Há dois anos, disputou e perdeu a prefeitura de Recife, capital pernambucana, contra o seu primo, João Campos (PSB), de 28 anos. Apesar de não estar na coligação de Lula e de não ter o apoio oficial dele, fez toda a sua campanha calcada nos símbolos relacionados ao ex-presidente e falando de seu apoio aberto a ele. É possível que receba o apoio de Lula neste segundo turno, já que ambos são próximos.

Os tucanos também disputam os cargos do Executivo há anos em Pernambuco, com nomes como o de Daniel Coelho, que já disputou a prefeitura e o governo por mais de uma legenda. Pela primeira vez disputando o Palácio do Campo das Princesas, Raquel Lyra tem chapa feminina com Priscila Krause (Cidadania), que também já disputou o comando do Estado, como sua vice. Formada em direito, Lyra já foi delegada da Polícia Federal e chefe da Procuradoria de Apoio Jurídico e Legislativo do governo de Eduardo Campos. Ela também já foi deputada estadual duas vezes pelo PSB e, em 2016, foi a prefeita mais bem votada do Estado, tendo comandado a cidade de Caruaru, conhecida como “capital do agreste” por sua importância econômica na região. Cabral é ex-assessor do ex-governador Eduardo Campos e foi secretário de Educação, das Cidades e de Planejamento de Pernambuco e também foi secretário de Administração do Recife.

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