PSDB anuncia neutralidade nas eleições presidenciais e libera diretórios estaduais

Tucanos históricos dividem-se entre apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao atual mandatário Jair Bolsonaro (PL); no primeiro turno, sigla defendeu a candidatura de Simone Tebet (MDB)

  • Por Jovem Pan
  • 04/10/2022 17h26 - Atualizado em 04/10/2022 18h04
Divulgação/PSDB João Doria, Eduardo Leite e Arthur Virgilio durante as prévias do PSDB João Doria, Eduardo Leite e Arthur Virgilio durante as prévias do PSDB para a presidência; legenda retirou a candidatura do ex-governador de São Paulo meses depois

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) utilizou as redes sociais nesta terça-feira, 4, para se posicionar sobre o segundo turno das eleições presidenciais. De acordo com o posicionamento da legenda, a Executiva Nacional da sigla permanecerá neutra e os tucanos vão liberar seus diretórios para que optem apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou o atual mandatário Jair Bolsonaro (PL). A decisão tucana também visa ‘flexibilizar’ os diretórios a buscar apoios em torno de candidaturas estaduais que ainda disputam o segundo turno. No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) e disputa contra Onyx Lorenzoni (PL) o comando do Palácio Piratini. Para o ex-governador gaúcho, uma aproximação com o Partido dos Trabalhadores pode facilitar a transferência de votos de Edegar Pretto (PT), terceiro colocado na corrida ao comando do Estado com 26,77% dos votos válidos ou 1.700.374 eleitores. Já em Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) duela com Marília Arraes (Solidariedade) e, neste caso, uma aliança com o candidato bolsonarista, Anderson Ferreira (PL), que teve quase 20% dos votos, pode assegurar o comando do Estado pelos próximos quatro anos. A legenda ressaltou que houve um “posicionamento divergente” entre os partidos que integram a federação PSDB-Cidadania. No primeiro turno, a dobradinha apoiou a candidatura de Simone Tebet (MDB). Na manhã de hoje, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, se posicionou e anunciou que a legenda apoiaria a candidatura petista. Em sua rede social, o político revelou que sua escolha baseia-se nos “riscos de escalada autoritária de um segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro”.

Entre os filiados tucanos, há divergências sobre quem deve receber o apoio da legenda. Filiados históricos como o ex-presidente do PSDB, ex-governador do Ceará e atual senador Tasso Jereissati declarou publicamente que votará em Lula no segundo turno. Os ex-governadores de São Paulo, José Serra e Aloysio Nunes, seguiram o mesmo entendimento e apoiarão o líder do Partido dos Trabalhadores no segundo turno. Já Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central durante o governo Fernando Henrique Cardoso, ressaltou que também apoia um terceiro mandato do candidato petista. No entanto, o atual comandante do Palácio dos Bandeirantes, Rodrigo Garcia (PSDB), anunciou nesta tarde que Bolsonaro terá seu “total e incondicional apoio” na corrida à reeleição. Há, ainda, aqueles que continuarão neutros – assim como o partido – e não escolherão nenhuma das duas opções. É o caso do ex-prefeito de São Paulo, João Doria, e da senadora Mara Gabrilli – que concorreu como vice na chapa de Tebet. Em suas redes, a congressista afirmou que votará em branco e que a opinião mais “sensata”, frente ao que acredita, é a de não dar seu voto para Lula nem para Bolsonaro.

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