PSOL deixa federação em segundo plano e apresenta exigências para apoiar Lula em primeiro turno

Em troca do suporte à candidatura do ex-presidente, o Partido Socialismo e Liberdade apresentou uma série de exigências; entre elas, a revogação do teto de gastos e a taxação de grandes fortunas

  • Por Júlia Vieira
  • 09/03/2022 16h44 - Atualizado em 09/03/2022 17h08
Reprodução/Twitter/@gleisi A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP), Zé Guimarães (PT-CE) e Talíria Petrone (PSOL-RJ) e o pré-candidato ao governo de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) sentados em uma mesa durante reunião entre PT e PSOL Integrantes do PT e do PSOL se reuniram nesta quarta-feira, 9, em Brasília

O PSOL fez, nesta quarta-feira, 9, a primeira reunião com o PT para discutir o apoio da legenda à candidatura do ex-presidente Lula no primeiro turno. Participaram do encontro a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP), Zé Guimarães (PT-CE) e Talíria Petrone (PSOL-RJ) e o pré-candidato ao governo de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL). Segundo relatos feitos à Jovem Pan por interlocutores de Gleisi, a conversa teve como objetivo “construir apoio a Lula no primeiro turno”. Em troca do suporte à candidatura do ex-presidente, o PSOL apresentou uma série de exigências a serem incluídas no plano de governo do petista.

Entre elas, a revogação do teto de gastos, da reforma trabalhista e reforma da previdência; a taxação de grandes fortunas; medidas para financiar a transição energética; defesa de um novo modelo de desenvolvimento da Amazônia e desmatamento zero; e garantia de direitos aos povos indígenas, tradicionais e quilombolas. Fontes do PSOL descreveram os termos como uma tentativa de “levar a candidatura do PT mais para a esquerda”. À Jovem Pan, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou que uma possível federação partidária entre as siglas não foi debatida durante o encontro. De acordo com Medeiros, uma federação nem sequer está nos planos do PSOL. “Apenas a possibilidade de unidade eleitoral em 2022”, resumiu à reportagem.

Como você viu anteriormente na Jovem Pan, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) manifestou o desejo de ter um nome do PSOL como vice-governador de Fernando Haddad (PT) no Estado de São Paulo. “Nós estamos conversando com o PCdoB e com o PSOL. Caso o PSOL venha [apoiar o PT], eu defendo que ele esteja na chapa”, afirmou o parlamentar. Pessoas ligadas a Boulos, no entanto, afirmam que nenhum convite para Boulos compor a chapa foi feito durante o encontro entre as legendas. A possibilidade deve ser apresentada apenas após o PT e o PSB resolverem o imbróglio envolvendo a federação partidária entre as siglas. No centro do impasse está a escolha do candidato ao Palácio dos Bandeirantes: se Haddad ou Márcio França (PSB). Caso Haddad seja escolhido, assim como o PT planeja, PSB terá a opção de indicar o vice ou a chance de compor a chapa para o Senado. Até lá, o convite a Boulos deve ficar em banho-maria. A partir de agora, as conversas entre as legendas devem continuar via as fundações Paulo Abramo (PT) e Lauro Campos e Marielli Franco (PSOL).

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