Em atrito com Aécio, Doria diz que ‘o novo PSDB não pode se subordinar a projetos pessoais’

Para o governador, é ‘inadiável’ o compromisso do partido pela defesa ‘da vida e da ética, para que o Brasil resgate a esperança e volte a ter crescimento econômico e paz social’

  • Por Jovem Pan
  • 10/02/2021 09h44 - Atualizado em 10/02/2021 09h47
Deyvid Edson/Estadão Conteúdo João Doria é o atual governador de São Paulo Doria diz que a pandemia e a crise econômica exigem que o partido tenha "posicionamento contrário ao negacionismo e ao desgoverno do presidente Jair Bolsonaro"

O governador de São Paulo, João Doria reforçou a postura de oposição do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) ao governo Bolsonaro e a necessidade da legenda “não se subordinar a projetos pessoais”. A nota divulgada nesta quarta-feira, 10, é uma resposta às declarações do deputado federal Aécio Neves, que afirmou que o governador criou “um conflito artificial dentro do PDSB para alimentar na imprensa projetos pessoais cada vez menos críveis”. No texto, Doria citou quais devem ser os temas e as defesas prioritárias do partido frente à situação do país e rebateu o parlamentar. “O deputado Aécio Neves precisa entender que o novo PSDB não pode se subordinar a projetos pessoais, que se perderam pela conduta inapropriada em relação à ética pública. E tampouco pode ser vilipendiado por benesses públicas que subjuguem um projeto maior para o Brasil. O compromisso inadiável do PSDB está na defesa intransigente da vida e da ética, para que o Brasil resgate a esperança e volte a ter crescimento econômico e paz social.”

Doria e Neves protagonizam uma disputa sobre o posicionamento do partido quanto à figura do presidente Jair Bolsonaro. O governador defende a postura de oposição ao “desastre que é o governo de Bolsonaro” e a defesa da “vida, ciência e da democracia”. Em contrapartida, assim como outros membros do PSDB, Aécio Neves é favorável ao presidente. Ele afirma que Doria quer “se apropriar do partido” com um discurso de interesse eleitoral, o que é negado pelo governador e por outros filiados, como o presidente da legenda no Estado de São Paulo, Marco Vinholi. “É o momento de se pensar  não nas eleições de 2022, mas no futuro do nosso país. E esse futuro se faz como um oposição clara nesse momento. O PSDB deve se posicionar cumprindo o seu papel que defende a democracia, as liberdades individuais, a ciência e a defesa da vida”, afirmou em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.

Doria defende que a pandemia da Covid-19, assim como os efeitos econômicos da crise sanitária, exige que o partido tenha “posicionamento contrário ao negacionismo e ao desgoverno do presidente Jair Bolsonaro” e cobra o afastamento de Aécio Neves e de outros parlamentares que tenham uma posição contrária. “O PSDB, seus parlamentares e suas propostas para o Brasil precisam estar unidos na defesa da democracia, a favor da ciência, das vacinas e da vida; contra o autoritarismo e o descaso com a saúde pública, pela retomada econômica, pela geração de emprego e renda, pela proteção ao meio-ambiente e pela reconstrução do auxílio emergencial com respeito ao teto de gastos”, diz o comunicado do governador que coloca a criação de um projeto para o Brasil como um dever “partidário, patriótico, moral e histórico”. “A história recente do PSDB atesta que os eleitores aprovam e confiam no projeto que defende a vida, as vacinas, a liberdade, a democracia e a ética na política.”

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.