Em meio a pressão por reforma ministerial, Padilha diz que Saúde não está na ‘cota’ de negociações

Ministro da articulação política de Lula também afirmou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não pediu nenhum ministério

  • Por Jovem Pan
  • 19/06/2023 15h23 - Atualizado em 19/06/2023 16h44
WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Alexandre Padilha O ministro Alexandre Padilha durante coletiva de imprensa, realizada na cidade de Brasília, Distrito Federal

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), concedeu uma entrevista coletiva nesta segunda-feira, 19, após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e falou sobre a possível reforma ministerial a ser realizada pelo Palácio do Planalto. De acordo com o chefe da articulação política do governo federal, o Ministério da Saúde não encontra-se no rol de possíveis pastas a serem negociadas com os partidos. Padilha também rechaçou qualquer pedido realizado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre o Ministério em questão. “Quero ser justo com o presidente [da Câmara] Arthur Lira. Tanto para mim quanto para o presidente Lula, em nenhum momento, o presidente Arthur Lira reivindicou qualquer ministério. Também queremos posicionar claramente que o presidente Lula, em nenhum momento, desde a montagem do seu governo, desde a escolha dos ministros e ministras, colocou o Ministério da Saúde como cota partidária de qualquer partido”, pontuou. A manifestação de Padilha ocorre em meio a uma pressão realizada por legendas independentes para que o Planalto ceda espaço na Esplanada e contemple indicações partidárias, como é o caso de Daniela Carneiro (União Brasil), que deve sair da pasta do Turismo para a chegada do deputado Celso Sabino (União Brasil-PA).

Na última semana, o ministro das Relações Institucionais reafirmou que o União Brasil havia expressado deu desejo por uma reformulação nas suas indicações ao governo. Durante a transição de governo, a legenda realizou as indicações de Daniela para o Turismo; Waldez Góes, para Integração e Desenvolvimento Regional; e Juscelino Filho, para as Comunicações. No entanto, Padilha não deu prazo para que eventuais mudanças possam ocorrer, chamou as possíveis alterações de “absolutamente naturais” e negou a existência de um abaixo assinado no União para a saída de Daniela da pasta ministerial. Como publicado pela Jovem Pan News, um dos cotados para assumir o posto de Daniela no Turismo, caso o governo Lula ouça a bancada do União Brasil na Câmara dos Deputados é o nome de Celso Sabino (União Brasil-PA). O parlamentar, que encontra-se sob mandato até o ano de 2026, é próximo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Indicação ao STF

A respeito da sabatina que será realizada no Senado Federal na próxima quarta-feira, 21, na Comissão de Constituição e Justiça com o advogado Cristiano Zanin – indicado pelo presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal para a vaga do ministro aposentado Ricardo Lewandowski -, Padilha pontuou o “ambiente muito positivo” que o advogado enfrentará. “Passei ao presidente Lula esse ambiente positivo no Senado, não só com senadores que já compõem a base do governo, mas o nome do indicado pelo presidente Lula sendo muito bem recebido também por senadores e senadoras de partidos que fazem parte da oposição. O que nós temos de expectativa no Senado é que mais uma vez os senadores e senadoras separem muito claramente, se dediquem a analisar a qualidade jurídica, a competência jurídica e os compromissos com a Constituição”, afirmou.

O nome de Zanin não deverá enfrentar dificuldades para ser aprovado, uma vez que PSD e MDB deverão votar de maneira unânime pela aprovação do indicado. Principal partido de oposição ao governo federal, o Partido Liberal (PL) – que abriga a filiação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – liberou seus parlamentares na votação que poderá aprovar Zanin como novo membro da Suprema Corte. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a expectativa é de que a votação no plenário da indicação do advogado pessoal de Lula ocorra no mesmo dia após a deliberação na comissão de Constituição e Justiça. Nas redes sociais, o mandatário do Congresso informou a celeridade na votação. “Tão logo finalizadas a sabatina e a votação na CCJ, darei encaminhamento ao Plenário do Senado na mesma data”, finalizou.

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