Estado de São Paulo regride para a fase amarela

Adoção de novas medidas restritivas ocorre após aumento no número de casos e de internações por Covid-19; governador João Doria também pediu que o governo federal e o Ministério da Saúde apresentem detalhes sobre o plano nacional de imunização

  • Por André Siqueira
  • 30/11/2020 12h43 - Atualizado em 30/11/2020 13h57
Governo do Estado de São Paulo O governador de São Paulo, João Doria

Um dia após a reeleição do prefeito Bruno Covas (PSDB), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vai anunciar novas medidas restritivas no combate à pandemia do novo coronavírus. O estado, que atualmente está na fase verde (nível 4), irá regredir para a fase amarela (nível três) – no total, são cinco estágios de flexibilização. A informação foi confirmada à Jovem Pan por um integrante do governo paulista. Na prática, os estabelecimentos voltarão a ter atendimento presencial limitado a 40% da capacidade total, com funcionamento máximo de 10 horas por dia, com permissão de abertura até às 22h. Além disso, estão proibidos os eventos com público em pé. “O governo do estado e o centro de contingenciamento decidiram que 100% do estado vai retomar para a fase amarela. Essa medida, quero deixar claro, não fecha comércio, bares e restaurantes. A fase amarela não fecha atividades econômicas, mas é mais restritiva para evitar aglomerações e o aumento do contágio. Essa mudança para a fase amarela não altera a programação de volta às aulas. O centro de contingenciamento decidiu diminuir o tempo de análise de 28 dias para 7 dias. É uma mudança que estamos tomando para melhorar o controle da pandemia. Precisamos do apoio da população, de micro, médios e grandes empresários, e dos agentes de saúde, que já ajudaram a salvar milhares de vida”, afirmou Doria.

Apesar do aumento no número de novos casos e de internações em hospitais, o governo vinha afirmando, nas últimas semanas, que o cenário era de estabilidade. “Tivemos um aumento nas internações, mas esse aumento veio acompanhado de um cenário de redução de leitos, em especial na rede privada. Houve uma redução de 1.700 leitos para 1 mil leitos referenciados Covid. O próprio município vai voltar a ter mais 200 leitos referenciados para não deixar ninguém sem tratamento. Aqui na cidade de São Paulo não tivemos e não teremos cenas do médico escolher quem será ou não entubado. Aqui vivemos um momento de estabilidade, mas é importante as pessoas lembrarem que o vírus ainda é uma realidade a ser enfrentada”, disse o prefeito Bruno Covas na terça-feira, 24.

O governador de São Paulo também pediu que o governo federal e o Ministério da Saúde apresentem qual será o programa de vacinação do país. “Quero alertar mais uma vez que todo o nosso foco neste momento deveria ser prioritariamente concentrado nas vacinas. Seja a vacina CoronaVac, do Instituto Butantan, seja em outras vacinas. O país está exausto em relação às medidas de contingência, mas temos que mantê-las. Compreendemos também que, diante de todas as circunstâncias, cabe ao governo federal e ao Ministério da Saúde apresentar qual é o seu programa de vacinação e quais as vacinas que poderão ser utilizadas neste programa, para que governadores, prefeitos e prefeitas de todo o país possam também se planejar. Aqui em São Paulo, vamos seguir dentro do nosso programa de redução de óbitos. Vamos insistir na prevenção, no uso de máscara, higienização e nos atos que possam permitir o distanciamento social”, afirmou.

A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, reiterou a informação de que o calendário de volta às aulas está mantido. “Independente dos próximos passos para frente, nossos alunos precisam aprender de maneira segura”, disse. Na sequência, o governador afirmou que “o governo de São Paulo não tem, não teve e não terá nenhum interesse em transformar medidas em ordem de saúde em medidas políticas nem eleitorais”. “As decisões são tomadas e amparadas pelo o que a ciência nos determina”, afirmou. “Por que isso foi feito depois das eleições? Porque estava determinando dentro do programa do Plano São Paulo. Não foi determinado pelo programa da eleição. Foi determinado pela saúde”, acrescentou Doria.

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