Exclusivo: Ala do PT age nos bastidores para barrar filiação de Randolfe

Possível chegada do amapaense, após desfiliação da Rede Sustentabilidade, desagrada a alguns petitas considerados mais técnicos

  • Por Bruno Pinheiro
  • 23/05/2023 12h55 - Atualizado em 23/05/2023 12h55
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Jane de Araújo/Agência Senado Parlamentar discursa no plenário de comissão do Senado O senador Randolfe Rodrigues se desfiliou do Rede Sustentabilidade e está atualmente sem partido

Cresce no Partido dos Trabalhadores (PT) um movimento, ainda que discreto, para enfraquecer a ideia de filiação do senador Randolfe Rodrigues (AP) à sigla de esquerda. Embora o amapaense seja aliado de primeira hora do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, sua presença como parte do quadro de filiados do PT desagrada uma ala de líderes do partido que agora tem se posicionado estrategicamente para demover os colegas da intenção de tornar Randolfe oficialmente um petista. Esse grupo desfavorável a filiação é formado por líderes considerados mais técnicos dentro do PT. Eles alegam que o senador tem uma identidade “polêmica” e “eloquente”, o que não seria adequado para o partido. Além disso, consideram que o parlamentar não aceitaria nenhum cargo que não o de um líder.

Hoje, Randolfe Rodrigues é o líder do governo no Congresso, função que lhe foi oferecida pessoalmente pelo presidente da República. No entanto, segundo seus colegas aliados, o cargo não agradou o senador como ele gostaria, já que são poucas as vezes que o Congresso se reúne, o que deixa a pompa de comando para o líder do Senado, que hoje é ocupado por Jaques Wagner (PT-RJ). A opção de Randolfe deixar a vaga de senador para ocupar um cargo no Executivo também é rechaçada pelos aliados da base, pois neste caso o governo perderia um voto no Senado, já que o suplente é de direita.

Randolfe Rodrigues é ex-deputado estadual por dois mandatos, eleito para o Senado em 2010 e foi filiado ao PT e ao PSOL antes de ir para o Rede Sustentabilidade, partido do qual se desfiliou no último dia 18. A saída teria tido como motivo uma insatisfação por parte do senador com uma suposta interferência da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na decisão do Ibama em recusar a licença à Petrobras para exploração de petróleo na chamada foz do Rio Amazonas, que também abrange a região do Estado do Amapá.

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