Fachin reage à reunião de Bolsonaro com embaixadores: ‘Inaceitável negacionismo eleitoral’

Em evento da Ordem dos Advogados do Brasil, presidente do TSE também afirmou que ‘é hora de dizer basta à desinformação’

  • Por Jovem Pan
  • 18/07/2022 20h22 - Atualizado em 18/07/2022 21h38
Abdias Pinheiro/ Ascom /TSE ministro edson fachin Presidente do TSE, Edson Fachin rebateu acusação do presidente Jair Bolsonaro, sobre supostas fraudes na eleição de 2018

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, rebateu as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta segunda-feira, 18, sobre as suspeitas de fraude na eleição deste ano e da eleição de 2018 – à época, o então deputado federal venceu o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) no segundo turno. Durante participação virtual no lançamento da Campanha de Combate à Desinformação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Paraná, o ministro disse que há um “inaceitável negacionismo eleitoral” em curso. O magistrado ainda ressaltou que ações no combate a desinformação são de extrema importância para garantir a preservação da democracia.

Na tarde desta segunda-feira, 18, o presidente Bolsonaro se reuniu, no Palácio do Planalto, com embaixadores de diferentes nações para discutir sobre o sistema eleitoral brasileiro. Durante o discurso de abertura do evento, o presidente falou sobre as suspeitas de fraude da eleição de 2018. Em resposta, Fachin definiu a acusação como “grave” e ainda citou que não foram apresentadas nenhuma prova. “Quero dizer que é inaceitável negacionismo eleitoral por parte de uma personalidade pública importante dentro de um país democrático. E é muito grave a acusação de fraude, acusação de má fé a uma instituição mais uma vez sem apresentar prova alguma. As entidades representativas como a OAB e a própria sociedade civil, além da Justiça Eleitoral, em meu modo de ver, precisam fazer ações como o evento de hoje, pois mostram que estão a fazer a sua parte na garantia de que a democracia seja preservada. Importante a sociedade civil, as cidadãs e os cidadãos, entenderem que este tipo de desinformação, se assim prosseguir, somente pode interessar a quem não interessa. Por isso, creio que precisamos nos unir e não aceitar sem questionarmos a razão de tanto ataque a constitucional e também ataques pessoais”, comentou o presidente do TSE.

O ministro ainda esclareceu que o TSE sempre esteve disposto ao diálogo, sem ataques, e reforçou o papel da Justiça Eleitoral. “Neste tribunal e na minha gestão, sempre estivemos abertos ao diálogo. Não contra-atacamos ninguém pessoalmente e nenhuma instituição. O que nós rejeitamos é a falta de compromisso com a verdade. Aqui entre nós sempre houve condução disciplinada e educadora, com intuito de informar o eleitorado a proposta do processo eleitoral e a função e a capacidade do TSE e da justiça eleitoral como um todo, para dar conta da missão de segurança, transparência e eficácia. Mais uma vez a justiça eleitoral e seus representantes máximos estão sendo atacados, com acusações que não têm fundamento. Mais grave ainda é envolver a política internacional e também as Forças Armadas nessa contaminação. Forças Armadas, cujo papel relevante, são forças do estado e não do governo. É hora de dizer basta a desinformação e hora também de dizer basta ao populismo autoritário”, finalizou.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.