Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz são denunciados por organização criminosa e lavagem de dinheiro

Ação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro também os denunciou por peculato e apropriação indébita no caso das ‘rachadinhas’

  • Por Jovem Pan
  • 04/11/2020 00h59 - Atualizado em 04/11/2020 07h30
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Gabriela Biló/Estadão Conteúdo Homem de terno preto e gravata azul clara olhando para a esquerda diante de um fundo cinza Senador Flávio Bolsonaro

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que ajuizou, no dia 19 de outubro, junto ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), uma denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro, seu ex-assessor Fabrício Queiroz e outros 15 investigados no caso das “rachadinhas” pela prática dos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita, ocorridos entre os anos de 2007 e 2018. Apesar de ser ajuizada no mês passado, as peças processuais só foram entregues aos desembargadores nesta terça-feira, 03, com o retorno das atividades regulares do desembargador relator do caso. De acordo com o MPRJ, o caso está em “super sigilo”.

Com a denúncia apresentada, Flávio será notificado para oferecer resposta no prazo de 15 dias. Junto com a notificação, serão entregues aos acusados cópias da denúncia, do despacho do relator e dos documentos indicados. A investigação do MPRJ começou em julho de 2018 depois que o extinto Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz. Durante a investigação, o MP quebrou o sigilo bancário e fiscal de 106 pessoas e empresas em abril de 2019, verificou provas de um esquema no qual assessores eram nomeados e tinham que devolver a maior parte de seus salários para Fabrício Queiroz, que repassava em transferências, depósitos e espécie ao senador Bolsonaro. A investigação apontou que Flavio utilizou, pelo menos, R$ 2,7 milhões em dinheiro vivo no esquema.

Em junho de 2020, Queiroz foi preso na casa do advogado de Flávio, Frederick Wassef, em Atibaia, no interior de São Paulo. Ele foi conduzido ao Rio de Janeiro para cumprir a prisão em Bangu, mas um habeas corpus do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, permitiu que ele permanecesse em prisão domiciliar em seu apartamento no bairro da Taquara, na zona oeste.

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