General Heleno rebate acusações de Sara Winter: ‘Diálogo amistoso e produtivo’
Ativista, líder do grupo ‘300 pelo Brasil’ afirmou em suas redes sociais que foi proibida pelo ministro de ‘gritar com a imprensa’ e de expulsar jornalistas da porta do Palácio da Alvorada
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, rebateu, na tarde desta segunda-feira, 5, a declaração da ativista de extrema-direita Sara Winter, que afirmou, em seu perfil no Facebook, que foi proibida pelo militar de “gritar com a imprensa, de mandá-los embora [da entrada do Palácio da Alvorada], de gritar ‘Globo lixo'”. Segundo o ministro, o objetivo da reunião, que contou com a participação de outros membros do grupo “300 do Brasil”, liderados por Sara, era “aconselhá-los a moderar suas posições e colaborar com a segurança de todos na porta do Alvorada” e não houve “qualquer tipo de discórdia, reprimenda ou ameaça”.
Em seu perfil no Twitter, Augusto Heleno confirmou o encontro com Sara Winter e afirmou que o diálogo foi “amistoso, educado e produtivo”. “Em maio, recebi Sara Winter e alguns membros dos ‘300 do Brasil’. Travamos um diálogo amistoso, educado e produtivo. Objetivo era aconselhá-los a moderar suas posições e colaborar com a segurança de todos na porta do Alvorada. Não houve qualquer tipo de discórdia, reprimenda ou ameaça”, diz o post. À época, veículos de imprensa interromperam, temporariamente, a cobertura na porta do Palácio do Alvorada em razão dos ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro a jornalistas. Os insultos e agressões verbais ocorriam nos momentos em que Bolsonaro parava para conversar com os profissionais e com seus eleitores diariamente.
Em maio, recebi Sara Winter e alguns membros dos “300 do Brasil”. Travamos um diálogo amistoso, educado e produtivo. Objetivo era aconselhá-los a moderar suas posições e colaborar com a segurança de todos na porta do Alvorada. Não houve qq tipo de discórdia, reprimenda ou ameaça.
— General Heleno (@gen_heleno) October 5, 2020
Na tarde deste domingo 4, Sara Winter, que chegou a ser presa no âmbito do inquérito que apura a realização de atos antidemocráticos cujas pautas são o fechamento do STF e do Congresso, afirmou, em seu perfil no Facebook, que está “cansada” do governo federal e que não reconhece mais as atitudes de Bolsonaro. A líder do movimento “300 pelo Brasil” também ironizou o encontro do chefe do Executivo com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, ocorrido no sábado. “Que inveja eu tenho do Toffoli. Ele pelo menos ganhou um abraço do Bolsonaro”. As críticas da ativista, aliás, expõem a crise mais recente entre Palácio do Planalto e o núcleo ideológico de apoio ao governo. Nos últimos dias, apoiadores bolsonaristas têm se queixado da escolha do desembargador Kássio Nunes Marques, vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, para a vaga do decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Celso de Mello – o magistrado tem o apoio de caciques do Centrão, como o senador Ciro Nogueira (PP-PI), e de uma ala do PT. No final de semana, as hashtags #BolsonaroTraidor e #KassioNunesNão estiveram entre os assuntos mais comentados do Twitter.
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