Governadores pedem que a primeira vacina aprovada seja adquirida pelo governo

Representantes de pelo menos 11 estados se reuniram nesta terça-feira, 3, com os presidentes da Câmara e do Senado

  • Por Jovem Pan
  • 03/11/2020 16h20 - Atualizado em 03/11/2020 17h38
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MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO - 03/11/2020 Governadores pediram a intermediação de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre para aquisição da vacina por parte do governo federak

Os governadores de pelo menos 11 estados se encontraram na tarde desta terça-feira, 3, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para pedir a intermediação deles com o governo federal para garantir que a primeira vacina contra Covid-19 aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) seja adquirida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Primeiramente, o Fórum dos Governadores se encontrou pessoalmente com Maia. Em seguida, o grupo seguiu para a residência oficial de Alcolumbre. A pauta principal era o Projeto de Lei Complementar (PLP) 101/2020, que ajusta o regime fiscal para que os estados que não cumpriram o teto de gastos nos anos anteriores tenham um prazo maior para reorganizarem os cofres. No entanto, por conta do imbróglio envolvendo o presidente Jair Bolsonaro, o governador João Doria (PSDB) e a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac, a aquisição do imunizante se tornou o principal assunto das reuniões.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), conversou com a imprensa após reunião com Alcolumbre. “Pedimos aos presidentes da Câmara e do Senado a intermediação deles no sentido de abrir o diálogo com o governo, com o presidente Jair Bolsonaro, e garantir que haja a aquisição das vacinas que mais rapidamente forem liberadas para o uso da população”, explicou. O governador citou o exemplo da aquisição de respiradores no início da pandemia do novo coronavírus no Brasil para exemplificar os problemas que advêm da falta de coordenação nacional. “O que eu tenho alertado é que, se não houver uma coordenação nacional, se os estados forem estimulados a disputarem entre eles a aquisição de vacinas, todos saem perdendo. Não será demais pensar que venhamos a assistir, se não houver essa coordenação nacional, episódios semelhantes ao caso da aquisição de respiradores onde, buscando sair na frente de outros estados, atravessadores e valores diferentes sejam cobrados e até pagamento antecipado daquilo que não vai ser recebido”, argumentou.

Segundo Leite, o clima da reunião foi bom, gerando uma boa expectativa de que o Bolsonaro acolha a pauta. Os presidentes das Casas Legislativas têm mantido conversas com o presidente e relaram sentir uma “sensibilidade” de Bolsonaro. Alcolumbre teria conversado com o chefe do Executivo ainda nesta terça-feira. Em defesa da aquisição, o governador do Rio Grande do Sul pediu para que não haja preconceito ou motivação política em torno do imunizante. “A vacina não é de um governador ou de outro governador. O Instituto Butantan em São Paulo há décadas é o fornecedor da maior parte das vacinas que atendem a população no Programa Nacional de Imunização. Não é a vacina do governador João Doria. É a vacina de um instituto renomado, reconhecido e desenvolvida em parceria de laboratório chinês, de onde já vem a maior parte de insumos de vacinas utilizadas pela população brasileira”, afirmou. Leite ainda acrescentou que tem boa expectativa de avanço do diálogo com apoio dos presidentes da Câmara e do Senado.

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