Governistas celebram fim das sanções dos EUA contra Moraes: ‘Derrota da família Bolsonaro’
Aliados de Lula veem revogação como vitória diplomática do governo e revés político para o ex-presidente e seus filhos
O governo dos Estados Unidos retirou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e sua esposa, Viviane Barci, da lista de pessoas sancionadas pela Lei Magnitsky. A revogação, anunciada pela administração Donald Trump, encerra um episódio inédito na relação bilateral e foi rapidamente comemorada por aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Moraes havia sido incluído na lista em julho, sob acusações de “graves abusos de direitos humanos” feitas pelo então secretário de Estado Marco Rubio. A medida permitia o congelamento de eventuais bens nos EUA e interditava operações financeiras envolvendo o magistrado, o que chegou a bloquear um cartão de crédito de bandeira americana usado por ele no Brasil. A empresa da família, o Instituto de Estudos Jurídicos Lex, também estava sob sanção.
A decisão de Washington ocorre após um processo de reaproximação entre Trump e Lula. Os dois presidentes discutiram o tema diretamente no início de dezembro, depois de meses de tensão motivados pelo tarifaço imposto pelos EUA a produtos brasileiros — medida que, segundo Trump, respondia ao suposto “tratamento injusto” dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Reação governista
Nas redes sociais, integrantes do governo e aliados de Lula classificaram a revogação como vitória diplomática do presidente e derrota política do bolsonarismo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que a retirada das sanções representa “uma grande vitória do Brasil e do presidente Lula” e declarou tratar-se de “uma grande derrota da família de Jair Bolsonaro”.
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido de Lula na Câmara, disse que a decisão dos EUA simboliza “vitória da soberania e da democracia”, além de reforçar a independência do Judiciário brasileiro. Ele voltou a acusar Eduardo Bolsonaro de tentar pressionar o STF por meio de articulações internacionais e afirmou que o episódio deixa claro “quem estava do lado do Brasil e quem atuava contra o país”.
Erika Hilton (PSOL-SP), também deputada federal, igualmente celebrou a revogação e atacou o filho do ex-presidente. Segundo ela, a sanção internacional era “uma das únicas esperanças” de Eduardo Bolsonaro para pressionar por anistia a Jair Bolsonaro, hoje condenado e preso. Em tom crítico, disse que o deputado “não exerce qualquer poder político” nos Estados Unidos e “se esconde da Justiça brasileira”.
A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) classificou a inclusão de Moraes na Lei Magnitsky como “imposição imperialista” e ironizou adversários políticos, afirmando que eles estariam “chorando em posição fetal”.


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